A poluição Do Arco Íris

- Oi Nando! Vamos ‘as dunas ver se encontramos alguns bajurus?

- Taí, até que é boa idéia. Desde as últimas férias não vou pros lados das dunas.

E assim, conversando da linguagem própria de sua idade, foram os dois em direção da praia, buscar as dunas de areia.

Nando era o melhor amigo de Zé, e ele mesmo dizia: - O pai do Nando é um grande pescador de camarão e ainda toca na banda musical da cidade. Quando tem alguma festa na praça, o Nando me leva pra ficar bem junto de seu pai, lá no coreto, e ninguém fica mais perto da banda do que nós! Nos dias de parada cívica, eu e o Nando seguimos marchando junto com seu pai durante todo o desfile. Por isso, o Nando é meu melhor amigo.

Assim foi caminhando naquela tarde morna de julho, vadeando pela praia, como sempre gostavam de fazer, principalmente o Zé, o mais apaixonado pelo mar.

- Veja Nando! O que será aquilo?

- Parece uma ave ferida. Aproximou-se cuidadosamente.

- Ela está toda suja _ dizia o Zé enquanto tentava pegá-la.

- Que ave será essa?

- Acho que é um pelicano.

- Não seja bobo Zé! Pelicano tem sacola embaixo do bico, que nem canguru.

- Quem foi que te disse que canguru tem bico? Retrucou o Zé com ar de superioridade e completou:

- O canguru não tem sacola nenhuma não, ele tem uma bolsa na barriga pra carregar o filhote e protegê-lo do frio.

com isso foi encerrada a discussão sobre a espécie do bicho.

- E agora? O que vamos fazer? Quis saber o Nando.

- Não sei. Acho melhor levá-la pra casa e tentarmos tirar toda essa sujeira de suas penas, senão ela morrerá com certeza.

E dizendo isso, os dois pegaram com cuidado a infeliz ave e foram correndo pra casa, esquecendo-se dos deliciosos bajurus da restinga.

- Papai, papai, veja o que achamos na praia. A pobrezinha está toda suja de piche.

- Sabemos que não se trata de pelicano. Falou Zé cheio de autoridade.

- Deixe-me ver o que vocês encontraram na praia, e que os deixaram tão eufóricos.

- Sim, claro que não é pelicano, mas uma pequena e frágil gaivota, que foi atingida pelo óleo jogado no mar por algum comandante sem nenhum respeito ‘a vida. Agora o que vocês têm que fazer é lavá-la muito bem com um pouquinho de detergente, e deixá-la secar ao sol, até que suas penas sequem e voltem ao normal. Disse o pai do Nando, depois de inspecionar com carinho a avezinha.

- Tudo bem! Pode deixar com a gente. – Falou o Zé tomando a ave nas mãos e procurando a bica mais próxima.

Depois de muita lavação, a ave continuava parcialmente limpa, com sua penas ainda pegajosas do óleo, impossibilitando-a de voar. Notaram também os dois amigos que ela estava fraca por falta de alimento.

- Puxa Zé. A ave está tão fraca e deve estar morrendo de fome. Como vamos alimentá-la?

- É muito fácil, é só a gente arranjar alguns peixes, que ela fica logo boa. -Falava o Zé com aquele ar de entendido no assunto.

Ficou então decidido que, durante as férias, os dois pescariam todos os dias para alimentar a indefesa ave.

No dia seguinte, bem cedinho, os dois se dirigiram ao Canal do Itajurú, munidos de linhas e a indispensável isca. Ficaram por quase meio dia e só pescaram duas cocorocas e um carapicu. Então desanimados, retornam ‘a casa do Nando para cuidar da gaivota, e constataram tristes que a avezinha estava ficando cada vez mais fraca.

- Vamos ver se ela come esses peixes e depois vamos dar um novo banho nela,porque as penas ainda estão muito sujas.

- Não, primeiro vamos lavá-la e depois ela come.

Depois do banho tentaram fazer a avezinha engolir os peixes inteiros, mas estava bem difícil,porque os peixes, apesar de pequenos, eram muito grandes para a garganta da pequena ave. Cortaram os peixinhos em pedaços e empurraram goela adentro da apavorada gaivota.

Feito isso, ela já dava sinais de recuperação, e isso os deixou felizes por conseguirem salvá-la da morte certa.

- Agora que ela está reanimada vamos levá-la para a praia pra ver se ela consegue pescar sua própria comida.-sugeriu o Zé, não acreditando muito nessa possibilidade

‘A tarde quando o sol brilhava para os lados da Dama de Branco e seus raios ultrapassando nuvens reluantes, transformava a alva donzela de areia, numa dourada senhora, os dois chegaram ‘a praia conduzindo a amiga emplumada para tentar sua primeira pescaria depois do desastre do óleo.

Galgando algumas pequenas dunas, foi os dois procurar um lugar na praia mais deserto e com ondas mais brandas.

- Sabe Zé, acho que devemos dar um nome ao bichinho. Chega de chamá-la de gaivota. Gaivota não é nome, gaivota é espécie da ave, e isso nós já sabemos.

- Que tal se chamasse Candy? Acho que é um nome bastante carinhoso.

- Acho que não. Candy é nome de mulher, e nem sabemos se é "ele" ou "ela".Melhor seria um nome que servisse tanto pra "ele" como para "ela".

-Que tal Dandy ? - sugeriu mais uma vez Zé.

- Acho que não.

-E sandy ?

-Também não. Acho melhor dar-lhe o nome de Brisa.

-Brisa ?

É, Brisa é um nome muito bom, porque o que sustenta as gaivotas no céu é a brisa.

-Tá bom, concordou o Zé. Brisa soa muito bem. - concordou finalmente o Zé.

E assim foi batizada a avezinha que a tudo assistia e pensava: - "Puxa, que susto! Ainda bem que me deram um nome bonito e acertaram realmente com o meu sexo. Sou uma gaivota do sexo feminino..."

Chegaram finalmente ao lugar ideal para deixar a Brisa n’água para ela tentar pescar.

- Primeiro vamos ver se ela consegue voar!

Abriram as asas de brisa e tentaram fazê-la alçar vôo, mas foi inútil, pois suas penas ainda estavam com resíduos de óleo. Depois de várias tentativas,eles desistiram e deixaram Brisa boiando n’água.

- Olha Zé, ela está nadando! Gritava o Nando, dando pulos de entusiasmo com o progresso da ave.

- Que beleza! Agora só falta ela pescar, recobrar suas forças e voltar a voar.

E assim deslumbrados com a desenvoltura de Brisa, que se sentia ‘a vontade em seu ambiente natural, os dois se sentiram muito felizes por terem conseguido dar novas esperanças ‘a indefesa avezinha. Ao mesmo tempo se sentiam um pouco frustrados por verem que a Brisa não havia pescado nenhum peixe, daí o problema de sua alimentação continuava.

- E agora Nando, como continuar dando alimento pra ave?

- Só existe uma maneira: temos que comprar os peixes pra ela.

- Comprar como, se não temos dinheiro?

- É mesmo, não será fácil. Concordou Nando, sentado naquela areia fria daquela tarde de emoções. Seus olhos estavam olhando o horizonte ‘a procura de uma solução para o problema. Ficaram ainda sentados por longo tempo, observando os últimos raios de sol que tornavam róseas as nuvens e douravam as dunas de areia. Enquanto eles admiravam o grande espetáculo da natureza, eles também sonhavam.

- Que bom seria se a gente encontrasse o pote de ouro que existe lá no fim do arco íris, assim teríamos dinheiro bastante para comprar peixes e alimentar a Brisa o resto de sua vida.

- É seria muito bom, mas com a poluição que existe no mar, nem arco íris tenho visto ultimamente. Mas eu acho que isso tudo é lenda, não existe nenhum pote de ouro e nem arco íris aparece mais - concluiu o Nando, ainda com os olhos percorrendo o horizonte e a mente procurando uma solução.

De repente, o Zé teve uma idéia.

- Já sei! Amanhã é sábado e vamos levar a Brisa pra pescar lá no Forte. Lá têm muitos peixes e aproveitaremos pra pescar também. – Falou como um profundo conhecedor do local.

- Ótima idéia. Vamos no bote de papai, assim poderemos ir até o Morro do Farol, e a Brisa assim pescará ‘a vontade.

Assim ficou combinado. Retiraram a Brisa da água, e retornaram ‘as suas casas. Na volta tiveram uma surpresa: - Veja Zé,as penas da Brisa já estão quase totalmente limpas. O sol e a água salgada tirou quase todo o óleo.

-É mesmo, acho que com mais alguns banhos, ela ficará totalmente limpa.

E assim conversando e traçando planos para a pescaria do dia seguinte, os dois amigos regressaram 'as suas casas.

No dia seguinte, bem cedo, seguiram pro Forte São Mateus, para tomarem o barco ali atracado.

- Olha Nando, a maré está vazando e têm muitas gaivotas sobrevoando a boca da barra, isso é sinal de que têm bastante sardinha ali. E sardinhas é prato preferido delas.

Tomaram o bote e remaram em direção do Morro do Farol, tomando cuidado com Brisa que se mostrava impaciente querendo pular dentro d'água,atraída talvez pelas aves da mesma espécie que sobrevoavam graciosamente sob o sol quente daquela bela manhã.

- Aqui já está bom. Jogue a "poita" Nando. Depois do bote devidamente apoitado, iniciaram a pescaria, antes, porém,colocaram cuidadosamente a Brisa dentro d'água.

- Olha Nando, foi aqui nesse morro que há 500 anos o navegador Américo Vespúcio construiu uma feitoria em nossa terra, e por isso a cidade de Cabo Frio comemora tantos anos de descobrimento.

O tempo foi passando e a pescaria se mostrava razoavelmente boa, e a Brisa, que estava ligada ao bote por um longo fio nylon, ainda não pescara nada, mas era visível a sua recuperação. Principalmente quando nadava na direção dos peixes que eram atirados pelos dois pequenos pescadores.

Pescaram e se divertiram bastante, aproveitando a tranqüilidade daquela linda manhã ensolarada, e contente com o progresso da Brisa, que já fazia tentativas de vôo.

Diz Nando com os olhinhos cheios de alegria:

- Veja a Brisa! Ela está ficando branquinha, já não tem quase óleo nas penas, e em breve estará voando, se deus quiser.

No dia seguinte eles retornaram ao local na esperança de repetir a boa pescaria do dia anterior.

- Será que hoje teremos a mesma sorte de ontem Zé?

- Não sei não, o tempo está muito paradão, e estão aparecendo nuvens escuras lá pro lado de Arraial do Cabo. Acho que vai chover.- enquanto falava, p Zé observava o tempo como um perfeito conhecedor da matéria. Observando o tempo os dois começaram a pescar, tendo a preocupação de colocar Brisa dentro d'água, sempre amarrada por um fio de nylon.

Estavam pescando há duas horas e não conseguiram nenhum peixe. O Nando era o mais desanimado, pois perdera sua linha de pesca nas pedras do fundo, e isso o deixava mais frustrado. Até a Brisa estava quieta, talvez pela falta de peixe, ou por pressentir a aproximação do mau tempo.

O tempo ficou escuro de repente, como se fosse cair grande chuva. O mar estava negro e liso, como espelho, o ar parado e não havia nenhuma ave no céu.

- Tempo esquisito, hein Nando. Até a Brisa está quieta. Acho melhor a gente ir embora.

- Bobagem! Daqui a pouco o tempo melhora. Olha só para os lados da restinga, lá já clareou, não demora o sol abre de novo.- dizia Nando, tentando animar o companheiro.

De repente desabou o maior toró sobre os dois pequenos pescadores, que sem abrigo ficaram ensopados, inclusive perderam o lanche que haviam trazido,molhando dentro da água acumulada no bote.

Assim como veio, a chuva se foi. O sol voltou a brilhar com maior intensidade ainda, deixando os dois alegres e com esperança de pescar algum peixe.

Mas, acontece algo espetacular.

- Olha só Zé! Um "baita" arco íris! Agora tenho certeza de que não vai chover mais.

- Que beleza! Exclamou Zé, cheio de admiração pela beleza que o cenário lhe oferecia.

- Agora era a hora da gente ir buscar o pote de ouro do arco íris. Era só a gente ir seguir de barco na sua direção, apanhar todo aquele ouro, e a Brisa nunca mais precisaria pescar para comer.

A Brisa tudo ouvia, mas impossibilitada de voar, nada podia fazer. Limitava-se a olhar para seus dois protetores com carinho e ficava com muita pena dos dois, pela sua preocupação.E pensava:... -"Se eu pudesse voar iria agora mesmo buscar o tal pote de ouro para o Zé e o Nando. Eles são bons amigos e estão preocupados comigo".

De repente, Brisa nota que nada mais a prendia no bote. O nylon preso em sua perna soltara-se como que por milagre, e ela finalmente pôde nadar livremente.

- "...Puxa, que maravilha! Agora estou livre,posso finalmente ir buscar o pote de ouro no fim do arco íris..." -assim pesando a Brisa foi se afastando em direção ao arco colorido que decorava aquela manhã após chuva, sem que os dois notassem.

- Nando, cadê a Brisa?

- Não sei... – Olha ela lá, Brisa... Briiisa - gritava Nando, vendo a Brisa se afastando, indo em direção ao mar alto.

- Brisa, Briiiisaaaa, volte! Você ainda não pode voar!

- Volte Brisa, nós precisamos cuidar de você.

- Briiiiisaaaa!!! - gritaram a uma só voz os dois amigos vendo a pequena ave que ia desaparecendo na direção do horizonte.

- Volte, por favor. Sem poder voar você não sobreviverá. Volte Brisa,nós amamos você! – e o pranto embargou-lhes a voz e grossas lágrimas rolaram por suas faces infantis.

Mas a Brisa não mais ouvia os apelos comovidos das crianças, continuou nadando em direção ao infinito, qual uma vela branca se afastando no horizonte de dois puros corações. Finalmente desapareceu da vista dos inconsoláveis amigos que ainda conseguiram balbuciar: - Não morra Brisa, nós precisamos de você.

Depois de alguns minutos de completa tristeza, retornaram em silêncio pra casa; antes, porém, lançaram o olhar para o arco íris.

- Acho que nunca mais veremos a Brisa. Na certa não terá condições de pescar e morrerá no mar.

- Vamos torcer para que a água salgada retire totalmente todo o óleo de suas penas e ela possa voar novamente. –falou o Zé sem muita convicção do que dizia.

Enquanto isso, a Brisa nadava, nadava, nadava e pensava: - o final do arco íris é um bocado longe. Já estou nadando há horas e não consigo chegar lá.

Horas depois, exausta e enfraquecida pela falta de alimento, via com tristeza que suas forças se esgotavam e que nunca alcançaria o almejado pote de ouro.

De repente, quase desfalecida e sentindo que ia morrer no mar, apareceram duas grandes e brancas gaivotas, que depois de darem algumas voltas ao seu redor, tomaram-lhe pelas asas e com ela voaram. A Brisa sem-inconsciente, a tudo assistia sem entender o que se passava. E no torpor da semi-incosciência ela pensava: - Meu Deus! Agora estou entendendo tudo. Eu já morri e essas duas aves brancas não são gaivotas não, elas são dois anjos que vieram do céu me buscar. Que pena. Nunca mais voltarei a ver o Nando e o Zé, e nem terei o pote de ouro.

E assim amparada pelas amigas, a Brisa foi levada aos céus em direção ao espetáculo colorido da natureza. E subiram, subiram, subiram até uma distância bem próxima do sol. Acontece que com a aproximação do sol, o petróleo que inda restava em suas penas foi-se derretendo até deixá-la comletamente limpa e branca como as duas companheiras.

Nesse instante, foi que a Brisa compreendeu o milagre da natureza. Ela sentiu-se leve e com capacidade de voar, e num misto de espanto e alegria soltou-se das companheiras e fez alegres evoluções pelos ares.

- "... Que maravilha! Já posso voar de novamente! Agora poderei ir buscar finalmente o pote de ouro para o Nando e o Zé..." - naquele instante a Brisa notou que o arco-íris havia desaparecido e com ele o sonhado tesouro. Foi então que ela compreendeu tudo: A lenda do pote de ouro está ali. Ela acabara de vivê-la. A lenda estava contida no milagre de sua sobrevivência. Ela conseguira o pote de ouro através de sua liberdade. Agora ela podia pescar e voar, sem precisar daquele ouro.

Entendera finalmente uma lição: - O maior tesouro da vida é a natureza, sem ela não conseguiremos sobreviver. A lenda do pote de ouro mostrou-lhe o caminho da sabedoria, fazendo-lhe ver que nenhum ouro do mundo pagaria a sensação de liberdade e a felicidade que sentia naquele momento.

Não devemos deixar poluir o arco íris,porque ele é a indicação da pureza. Através dele encontramos o tesouro da felicidade.

Passado o instante de euforia e reflexão, Brisa sentiu saudades de seus amigos meninos.

- "... Como eu gostaria de rever o Zé e o Nando. Gostaria que eles me vissem voando. queria que eles vissem que já posso pescar e sobreviver por meus próprios meios. Vou voltar 'a praia pra ver se os encontro..." .

Assim pensando,dirigiu-se de volta ‘a praia do Forte, onde viu pela última vez seus amigos.

Descobriu decepcionada que as crianças lá não estavam mais, com certeza já haviam retornado 'as suas casas.

Encontrou, no entanto, muitas outras gaivotas, e com elas ficou pescando até que a noite chegasse.

Passaram-se duas semanas e os dois amigos não tinham esquecido a Brisa.

- Que pena que a Brisa foi embora. Será que ela morreu? – pergunta Nando enquanto peregrinava pelas dunas com seu amigo Zé.

- Acho que não. Ela já estava bastante forte e capaz de conseguir seu próprio alimento.

Caminhavam pelas dunas e davam asas a sua imaginação, pensando no teria acontecido com a Brisa.

- Olha Zé! Quantas gaivotas! Parecem que encontraram um bom cardume. Será que a Brisa está entre elas? Gostaria tanto de saber se ela sobreviveu.

Nesse momento uma gaivota muito branca se destacou das demais, ficou observando e foi na direção dos dois. Ficou por uns momentos pairando no ar, e observando os dois, em seguida, em vôos rasantes e soltando gritos estridentes,se aproximou numa demonstração inequívoca de amizade.

- É a Brisa!É a Brisa!...Briisa ... Briiiisaaaa - gritava o Zé, enquanto corria pela praia com os olhos na amistosa ave.

- É ela mesma! A reconheceria em qualquer parte do mundo! Briiisaaa, somos nós, eu e Zé, lembra-se? Olha só, Zé, como ela está bonita e como voa bem!- nós sentimos muito sua falta, Brisa. Não vá embora outra vez,por favor.

- "... sou eu mesma, amiguinhos queridos, que prazer encontrá-los novamente. Eu nunca perdi a esperança de vê-los de novo e estou muito feliz por ver que voces não esqueceram de mim. Estou feliz também ,por saber que voces continuam puros e cheios de amor pela natureza..." - enquanto pensava a Brisa sobrevoava os amigos.

- "...Olha amigos, eu encontrei o tesouro do arco íris. Não precisei ir muito longe para ver que o maior tesouro está nos corações das pessoas, principalmente nos corações puros de crianças cheias de amor como voces. Amem com toda a força de seus corações. O mundo pertence a voces, e quando forem grandes lutem pela preservação da natureza. Não deixem que o arco-íris colorido de seus sonhos seja poluído por pessoas desprovidas de sensibilidade e amor. Agora tenho que ir, adeus amigos,tenho que me juntar ‘as minhas amigas e continuar a pescaria.

- Adeus Nando, adeus Zé! Nunca me esquecerei de vocês! – e num vôo bem rasante tocou com as pontas de suas asas a cabeça dos meninos, num afago de carinho.

- Adeus, Brisa. Estaremos sempre aqui na praia te esperando. Nós te amamos! – e Nando se desfaz em lágrimas de pura emoção, vinda de um bondoso coração.

- Adeus, Brisa. Não te esqueceremos jamais! Você á a gaivota mais linda do mundo! – falava Zé que também tem os olhos marejados, enquanto fitava a ave que se afastava na direção do horizonte sem fim.

E os dois amigos ficaram por uns longos tempos em silêncio sentados na areia úmida da praia. Seus olhos molhados fitavam pontos diferentes do mar, e já sentiam saudades da amiga.

Tão absortos estavam em seus pensamentos, que nem perceberam que os dois distraidamente e ao mesmo tempo escreve na areia a mesma frase:

- Brisa, nós te amamos.

Gecahy
Enviado por Gecahy em 20/08/2009
Reeditado em 31/03/2010
Código do texto: T1763642
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