Em mil facetas
Da juventude, um sonho desfeito, a doçura agora um sabor adverso. A sinceridade, um verso perdido, em um mundo de letras. Sou um reflexo em um espelho quebrado, fragmentos de um eu que já se esvaiu. Quando, serei eu mesmo novamente, além desta sombra que hoje sou?
Esforços não seram cessados, reforços não seram necessários, nada a de ser contado ou chorado.
Em tempos já vividos, sonhos floresceram num jardim de ilusões. Hoje, as pétalas caem, murchas e sem vida. A voz da juventude, outrora melodiosa, agora ecoa em um labirinto silencioso. Espelho de mil faces, reflito um estranho, um eu que se desfaz a cada amanhecer. Quando poderei renascer, livre das sombras que hoje me aprisionam?
Em batalhas amistosas, a alma se desgasta e degrada. A cada passo, uma esperança que leva a queda, uma nova pétala. A sombra que me acompanha cresce a cada dia, mas a luz interior ainda cintila, fraca e imponente.
Em vão, as lágrimas caem, em vão, os esforços se multiplicam. A vida segue seu curso, implacável e indiferente a existência. Resta-me aceitar o que é, e seguir em frente, mesmo que a dor seja imutável e minha eterna companheira.