A Lâmina da Noite - Por Igor Banks
A Lâmina da Noite
Lira corria pelas ruas escuras e desertas da cidade, segurando um frasco de vidro com um líquido vermelho. Ela sabia que estava sendo perseguida, mas não podia parar. A vida da sua irmã dependia daquele frasco. Era a única esperança de curar a praga que assolava o reino há meses, matando milhares de pessoas e transformando outras em criaturas horrendas. Lira tinha roubado o frasco do laboratório do alquimista mais famoso da cidade, arriscando a sua própria vida. Ela tinha que chegar em casa antes que fosse tarde demais. Antes que a lâmina da noite cortasse o seu destino.
Ela chegou à porta da sua casa, ofegante e suada. Ela bateu com força, esperando que a sua irmã estivesse acordada. Ela ouviu passos do outro lado e a porta se abriu. Era ela, Fei, a única família que Lira tinha. Ela estava pálida e magra, com olheiras profundas e manchas vermelhas na pele. Ela tossiu e sorriu fracamente ao ver Lira.
- Lira! Você voltou! Eu estava tão preocupada... - ela disse, abraçando-a.
- Eu também estava, Fei. Eu também estava. Lira disse, retribuindo o abraço. Ela entrou na casa e fechou a porta. Ela mostrou o frasco para Lina. - Eu trouxe isso para você. É a cura para a praga. Eu roubei do alquimista.
- O quê? Você fez isso? Como? - Fei perguntou, surpresa e assustada.
- Depois eu te explico. Agora vamos tomar isso logo. Antes que seja tarde demais. - Lira disse, abrindo o frasco.
Ela deu um gole para Fei e tomou outro. Ela sentiu um calor percorrer o seu corpo e uma tontura invadir a sua cabeça. Ela olhou para Fei e viu que ela estava com a mesma expressão. Elas se sentaram no sofá e esperaram o efeito da cura.
- Onde você conseguiu isso? - Fei perguntou novamente.
- Eu te disse, eu roubei do alquimista. Ele estava fazendo experiências com a praga. Ele disse que tinha encontrado a origem dela. Algo mitológico, antigo e poderoso. Algo que ele chamou de... - Lira tentou se lembrar do nome que ele tinha dito.
- O quê? O quê? - Lina insistiu.
- O Olho do Abismo. - Lira disse, finalmente se recordando.
Elas se olharam com medo e confusão. Elas não sabiam o que era o Olho do Abismo, mas sentiam que era algo terrível. Elas não sabiam que estavam prestes a descobrir a verdade por trás da praga. Uma verdade que mudaria as suas vidas para sempre.
Elas ficaram em silêncio por alguns minutos, esperando alguma melhora. Mas nada aconteceu. Elas continuavam se sentindo mal, com febre, dor e náusea. Elas começaram a se preocupar. Será que o frasco era mesmo a cura? Será que o alquimista tinha mentido? Será que elas tinham tomado algo perigoso?
- Lira... eu não estou me sentindo bem... - Fei disse, com a voz fraca.
- Nem eu, Fei... nem eu... - Lira disse, com a voz trêmula.
Elas se abraçaram e choraram. Elas tinham medo de morrer. Elas tinham medo do que iria acontecer com elas. Elas tinham medo do Olho do Abismo.
De repente, elas ouviram um barulho na porta. Alguém estava tentando arrombá-la. Elas se assustaram e se levantaram. Elas olharam pela janela e viram vários homens encapuzados e armados cercando a casa. Eles pareciam ser soldados ou mercenários. Eles pareciam estar procurando por elas.
- Quem são eles? O que eles querem? - Fei perguntou, apavorada.
- Eu não sei... mas eu acho que eles têm a ver com o alquimista... ele deve ter mandado eles atrás de nós... ele deve saber que nós roubamos o frasco... - Lira disse, nervosa.
- O que nós vamos fazer? Nós não podemos sair daqui... eles vão nos pegar... - Fei disse, desesperada.
- Nós temos que nos esconder... temos que encontrar um lugar seguro... temos que esperar eles irem embora... - Lira disse, tentando pensar em uma solução.
Elas pegaram algumas coisas e correram para o porão. Elas trancaram a porta e se esconderam atrás de algumas caixas. Elas rezaram para que ninguém as encontrasse. Elas rezaram para que tudo aquilo fosse um pesadelo.
Lira e Fei conseguiram fugir dos homens e chegaram até a torre do alquimista. Elas entraram na torre e subiram as escadas até o último andar. Lá, elas encontraram o alquimista, sentado em uma mesa cheia de livros, frascos e instrumentos. Ele estava segurando um globo de vidro com um olho dentro. Um olho negro e brilhante, que parecia vivo e maligno.
- Olá, minhas queridas. Eu estava esperando por vocês. - ele disse, com um sorriso cruel.
- O que é isso? O que você fez? - Lira perguntou, apontando para o globo.
- Isso é o Olho do Abismo. A fonte de toda a praga. A chave para o meu plano. - ele disse, acariciando o globo.
- O seu plano? Que plano? - Fei perguntou, confusa e assustada.
- O meu plano de dominar o reino. De me tornar o novo rei. De usar o poder do Olho para controlar todos os seres vivos. - ele disse, com uma risada maléfica.
- Você é louco! Você é um monstro! - Lira disse, com raiva e nojo.
- Não, eu sou um gênio. Um visionário. Um escolhido. - ele disse, com orgulho e arrogância.
- Como você encontrou o Olho? Como você criou a praga? - Fei perguntou, curiosa e temerosa.
- Eu encontrei o Olho em uma expedição ao deserto. Ele estava enterrado em uma ruína antiga. Ele me chamou. Ele me escolheu. Ele me ensinou os seus segredos. Ele me deu a fórmula da praga. Uma praga que mata os fracos e transforma os fortes em servos do Olho. Uma praga que só pode ser curada com o sangue do Olho. O sangue que vocês tomaram. - ele disse, apontando para o frasco vazio.
- O quê? Nós tomamos o sangue do Olho? - Lira perguntou, horrorizada e enojada.
- Sim, vocês tomaram. E agora vocês estão ligadas ao Olho. E ao meu comando. - ele disse, com um sorriso malicioso.
Ele levantou a mão e fez um gesto. Lira e Lina sentiram uma dor aguda na cabeça. Elas caíram de joelhos no chão. Elas tentaram resistir, mas era inútil. Elas estavam sob o controle do alquimista.
- Agora vocês são minhas escravas. As minhas armas. As minhas rainhas. Vocês vão me ajudar a conquistar o reino. Vocês vão matar todos os que se opuserem a mim. Vocês vão adorar o Olho do Abismo. - ele disse, com uma voz autoritária.
Ele riu triunfantemente e abraçou o globo com o olho. O olho piscou e brilhou mais forte.
Então, Fei começou a chorar muito, e não conseguia parar, no começo o alquimista ordenou ela a parar, ela não parava, e então ele gritou dizendo que se ela não parasse ele iria mata-las na guilhotina.
- Eu não consigo parar- disse Fei
E ela chorava e chorava cada vez mais, então o alquimista comovido desfez o feitiço trancado elas em uma jaula.
Ao anoitecer, Lira tirou um grampo de sua mochila, Fei não entendeu no começo mas aceitou. E Lira conseguiu tira-las da jaula e então elas fugiram e roubaram O olho
Ao descer as escadas elas acabaram se encontrando com os mercenários, e então Lira tirou sua espada e lutou com eles, a luta estava tensa, mas no fim Lira conseguiu derrotar os soldados, no entanto atrás dela sua irmã estava morta no chão.
Lira amargurada conseguiu salvar o reino, mas a tristeza ainda assolou seu coração por muito tempo.