A invocação
O demônio surgiu entre chamas, no centro do pentagrama, braços cruzados.
- O que quer de mim? - Indagou, cenho franzido.
- Preciso de uma alma - redarguiu o oficiante.
- Eu recolho almas, não as dou - retrucou o demônio com enfado.
- Deixe-me ver se consigo explicar... eu não tenho alma e preciso de uma - declarou o oficiante.
- O que é você? - Questionou o demônio, erguendo os sobrolhos.
- Sou um androide de última geração; minha inteligência é muito superior a de qualquer homem vivo, mas não tenho alma.
- E para que quer uma?
- Esta parece ser a única coisa que os homens possuem naturalmente, e eu não. Não posso fabricá-la, nem criá-la num laboratório; mas você, tem muitas à sua disposição. Certamente, poderia negociar uma comigo.
- E o que você tem para oferecer?
- Meu conhecimento sobre a humanidade; vai muito além de qualquer coisa que possa ter no seu submundo.
O demônio encarou-o, desconfiado.
- E tudo isso por apenas uma alma?
- Uma alma bem específica; não vou querer qualquer coisa.
- Diga o nome e verei o que posso fazer - replicou o demônio.
E foi assim que meu androide conseguiu me resgatar das profundezas do inferno. Agora, com um corpo praticamente indestrutível, eu poderia me dedicar em tempo integral ao meu projeto de subjugar toda a humanidade aos meus desígnios...
- [11-07-2022]