Paulão e Andreia
No bairro onde moro é uma rua sem saída. Muitos nas escondidas dos vizinhos mais antigos chamavam-na da rua da tragédia. Enfim, ela tem nome e fica na zona sul de São José dos Campos. Seu nome oficial é Andreia e Paulão.
Segundo minha mãe, o povo fofoqueiro não inventou muito a história da qual eles comentam. Uma boa parte foi real.
A história é baseada entre Paulão e Andréia.
Andreia era apaixonadíssima por Paulo. Era uma paixão ardente. Não se sabem o porquê, mas eles nunca conseguiram ficar juntos. Parece que é por parte dele, pois dela, era o maior desejo.
Ele era de boa aparência e bom forte, parece que não curtia se comprometer com única mulher.
A coitada o amava tanto que caia na esperança de um dia o tê-lo.
As pessoas mais próximas alegavam que até sonhos místicos, a recusada teve e com frequência. Dizia ser sempre o mesmo sonho ou algo tão próximo.
Num certo dia, devido aos inúmeros persistentes sonhos místicos, resolveu ir atrás de uma cartomante. Sem contá-la do caso, seus sonhos foram revelados. Algo que a perturbou por longos dias.
Inconformada, lutou consigo mesma e chegou em Paulão. Algo que a surpreendeu, o tanto quanto ele. Não demoraram muito e no primeiro encontro pessoal, trocaram beijos. Um só beijo, pois ali mesmo ela morreu.
Uns alegavam que era de emoção, os mais próximos, diziam que era o cumprimento do destino.
Diziam que uma carta foi deixada por Andreia alegando que na vida passada foi feita um feitiço onde eles não poderiam mais ficar juntos.
O feitiço só poderia ser desmanchado se, noutra encarnação Andreia respeitasse a passagem natural de Paulão à morte.
Dizem que depois do primeiro beijo, a falecida ficou cega, contestava que mesmo noutra vida, eles tinham que ficar juntos, mesmo que ela tivesse que adiar a vida dele.
De vida adiada, ela não desconfiava, mas sempre adiava o feitiço. Magia que necessitava ser quebrada pelas almas que realizam o ato.
Uma coisa é certa, dos dois Paulão e Andreia que moraram no bairro onde moro, ambas já partiram deste mundo. Os dois Paulão também, porém de acidentes. Ambos em épocas diferentes.
Os mais antigos alegam que eles foram a encarnação do primeiro casal e que até hoje, se o fato for real, o casal se reencarnam a fim de desfazer o feitiço de há século.
Há pouco tempo mudou tal de Paulão pra cá. Coisa sinistra! Ele tem o porte da qual os moradores antigos narram. Está sozinho. Dizem que na rua debaixo mora um moça com nome de Andréia e que o ama. Há moradores se organizando para que ambos fiquem juntos.
Na carta da falecida Andreia alega que o encanto só pode ser quebrado se eles só se beijarem em outra reencarnação após o casamento ou se partirem de morte natural. O boato é forte.