Ponto de encontro
Eram duas da manhã quando estacionei o carro em frente à lanchonete de beira de estrada. Não havia nenhum cliente lá dentro, e atrás do balcão, apenas uma garçonete e um caixa, que provavelmente também era o proprietário ou o gerente.
- Boa noite! - Saudei-os.
- Boa noite! - Responderam em uníssono.
Sentei-me à uma das mesas e comecei a examinar o cardápio. Eu não havia jantado, mas estava muito tarde para isso; um café e um sanduíche cairiam bem, decidi.
Instantes depois, a garçonete veio até mim, um bloco de anotações na mão.
- Já decidiram o que vão pedir? - Indagou solícita.
Olhei para o rosto dela, tentando decifrar se era alguma brincadeira, mas a mulher estava bem séria.
- Desculpe? - Indaguei, testa franzida.
A garçonete sorriu.
- Ah, tudo bem; não cobramos apenas por se sentar aqui dentro.
E piscando um olho para mim:
- Sua esposa é muito espirituosa!
Subitamente, senti-me completamente desperto. Ergui-me, murmurei um pedido de desculpas e saí para a noite lá fora. Dei partida no carro e afastei-me daquele lugar o mais rápido possível.
Pelo retrovisor, ainda pude ver que agora, as luzes da lanchonete estavam completamente apagadas.
- [15-09-2021]