No cemitério

Olhando o jazigo da família em um final de tarde quente no cemitério. O sol se punha, mas sem vento o suor lhe escorria pelo rosto. Junto com ele, lágrimas imaginárias.

Estas não mais brotavam, a tristeza, contudo, estava ali, perpétua, resoluta, a crescer, junto com a saudade.

A lápide de mármore cinza, polida e limpa não amenizava o triste significado daquele lugar. Nomes grafados de entes queridos. Aguardava ansioso pelo dia em que os encontraria...

Teria de esperar. Não precipitaria os acontecimentos.

Até lá, até a visita da morte, caminharia com o peso da existência solitária sobre os ombros e o aperto de ferro ao redor do coração.

Um passo de cada vez, rumo ao fim.

Aermo Wolf
Enviado por Aermo Wolf em 17/05/2021
Código do texto: T7258012
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