No cemitério
Olhando o jazigo da família em um final de tarde quente no cemitério. O sol se punha, mas sem vento o suor lhe escorria pelo rosto. Junto com ele, lágrimas imaginárias.
Estas não mais brotavam, a tristeza, contudo, estava ali, perpétua, resoluta, a crescer, junto com a saudade.
A lápide de mármore cinza, polida e limpa não amenizava o triste significado daquele lugar. Nomes grafados de entes queridos. Aguardava ansioso pelo dia em que os encontraria...
Teria de esperar. Não precipitaria os acontecimentos.
Até lá, até a visita da morte, caminharia com o peso da existência solitária sobre os ombros e o aperto de ferro ao redor do coração.
Um passo de cada vez, rumo ao fim.