O Conto do Jovem Lamar

Lamar estava disposto a quase tudo para obter sucesso, sempre numa elegância mentirosa, cabelos penteados para trás com muita pomada, usava sempre um de seu ternos com gravatas de fita negras ou sua preferida borboleta, de um veludo exótico carmim.

Ganhava a vida nas jogatinas em tavernas bucólicas, trapaceiro habilidoso, bebia bastante, dormia tarde acordava tarde, quem ousasse sentar se em sua mesa para jogar, saia sem nenhum pence no bolso.

Certa noite enquanto Lamar acabara de derrotar três velhotes, um homem de feições indianas se aproximou.

_Boa noite rapaz, como vai hoje? disse com um sotaque carregado.

_O que posso fazer por você estrangeiro? sorriu.

_Me chamo Hassan, venho de muito longe, ao sul.

_Sou Lamar, gostaria de jogar comigo? sente-se...

_Sim, estava esperando sua mesa ficar vazia, já que ouvi muito a seu respeito. Disse Hassan malicioso.

_Que os ventos levam histórias eu sabia, mas que foram notícias minhas para países estrangeiros, deixa me surpreso.

Lamar deixou que Hassan embaralhasse as cartas e começaram a jogar apostando algum dinheiro inicialmente. Já se adentravam a madrugada e Hassan tinha perdido todo seu dinheiro para Lamar, Hassan levantou-se ajeitando as mangas de suas vestes.

_Muito bem meu rapaz, pude ver que sua fama é realmente verdadeira, mas hoje na verdade, vim ao seu encontro para receber o que me deve e não são moedas meu caro...

Hassan tocou a mão de Lamar que levemente debruçou na mesa sobre as cartas e todo o dinheiro, Hassan saiu pela porta deixando o corpo de Lamar ali caído, morto.

Alguns dos presentes dizem terem descoberto o segredo de Lamar, pois aquele homem estrangeiro ao sair da taverna exalava um cheiro de enxofre e outros juravam terem visto cascos e uma calda.

Alex Messias Jardim
Enviado por Alex Messias Jardim em 23/02/2019
Reeditado em 23/02/2019
Código do texto: T6582403
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2019. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.