O fogo corredor

Há muitos e muitos anos atrás quando ainda não existia energia elétrica.

Um rapaz toda tarde ia para a casa de sua namorada e voltava sempre á noite. Este passava em frente a casa de uma velha que sempre o adivertia:

- Meu rapaz tenha cuidado, não é bom você andar essas horas, não tem medo do fogo corredor?

- Que nada, eu não acredito nisto e não é tão longe assim de minha casa, volto depressa e assim chego logo em minha casa.

- Todos os dias a velha senhora o via passar sempre no mesmo horário, porém, naquele dia já estava anoitecendo e ele não havia passado. A senhora estava fechando as janelas quando ele passou e a cumprimentou.

A casa da velha ficava no fim de uma rua; mas à frente ele virava onde os matos o escondia.

Já estava no meio do caminho quando passou por um morrinho, a cem metros de sua frente viu uma luz vindo em sua direção, pensou que fosse um carro mas não ouviu nenhum barulho.

Lembrou-se do que a velha falara e rapidamente voltou para trás e quanto mais corria, mais o fogo aumentava, estava cansado quando chegou a casa da velha e bateu com toda fúria na porta.

A velha rapidamente abriu a porta e ele caiu no chão sem fôlego de tanto correr, ela apagou as lamparinas e em volta da casa as labaredas de fogo a rodeava; dava até para ouvir o barulho do fogo.

Ficaram ali quietinhos até o fogo ir embora. Naquela noite o rapaz dormiu na casa da velha. A partir daí, nunca mais foi a casa da namorada naquele horário, ia sempre as quatorze horas e voltava ao pôr do sol.

Minha mãe me contava
Enviado por Maria Selma de Oliveira em 04/08/2017
Reeditado em 04/08/2017
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