O Berloque Prateado - CAP 1
Morgan descobriu, a duras penas, que precisava aprender a não dormir. Pelo menos não sofreria de insônia.
Desviou o olhar do relógio, sabia que estava atrasada. Não que se importasse, ao contrário, dos poucos prazeres que lhe restaram, não participar das refeições sociais era um deles e, como o próprio relógio acusava, já passava das oito horas quando finalmente desistiu de dormir.
As velas do quarto estavam acesas, pequenos demônios dançando sob luzes douradas, relembrando a quem ela deveria agradecer a gentileza inoportuna; mas ele estava ocupado, recebendo e divertindo os convidados durante aquela reunião insípida, que servia apenas para atribular os empregados e fazer dela uma presença necessária. Uma obrigação a qual ela raramente atendia.
Francamente, qual a parte de "não entre em meu quarto" ele ainda não entendeu? Ou nunca ouviu a expressão "invasão de privacidade" ou ignorava seu significado com a descarada intenção de contrariá-la. Admitiu que não colaborava muito para manter o desinteresse de Rúben em sua vida, pois sua insubordinação natural era um forte estímulo para um homem de perfil controlador e egoísta, entretanto, ela não era obrigada a mantê-lo feliz.
Sentiu a velha nostalgia tomando conta do seu coração novamente e observou cada detalhe do requintado aposento. Era clássico e prático, porém elegante. Apresentava uma imensa janela que, em noites escuras descortinava uma bela visão do céu e em estações mais amenas proporcionava um panorama espetacular do jardim.
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