A FONTE ato 15

A FONTE ato 15

O perigo atesta para o fim

a certeza do poder da vida perde-se

no fim quando o fim está no espírito

convicto inerte impossível

mastigando com força tudo

que contém teu passado

não sobrando nada pra contar

logo a frente cresce a flor do desespero

ela tem cheiro de "castiçal" de vela acesa

terá que seguir acordado do vento

protegido do vento ele traz

as formas do caos perdido

num sopro pra fora descobre

quem está consumido enlouquece

quer fugir daquele mundo

ele se constrói a frente desmancha

desaba como fluido ressecado

de pintura nas árvores no chão

no caminho que deixa

que olha pra traz que deixa

vestígios que deixa podem seguir

ele descobre-se imerso no pesadelo

o gosto da água que cai

verte o estranho parecendo um sonho

antes do que a verdade contada

pelo demônio que fica sentado

sobre as rochas encarando

despertando de novo sua agonia

ele levanta olhe o fundo do precipício

que tem um inicio com luzes

parecendo serpentes vagando paradas

ele caminha apavorado podendo cair

descobre seu crucifixo desenhado

nas pedras foi sentenciado a ficar

como símbolo da entrega de alma

olhos mergulhados no segredo

que isto descreve

grita onde a voz não ecoa

eu não desejei nada disso

tenta arranca-la co força

sangue escorrendo das unhas

tenta desesperado falar

ao grande sábio do submundo

eu não desejei nada disso

me devolva o Cristo das orações

preciso pedir pela alma do meu filho

me devolva a dor dos pecados

eu preciso pedir pelo amor do

meu filho que o calor da alma

não fique entregue a este destino

eu não desejei nada disso

surge na cachoeira entre arcos coloridos

a visão do pesadelo

seu filho dormindo na relva

perto da estrada onde caminhava

quando desperto das profundezas

ensinava sobre um amor maldito

com palavras tão belas

ao esquecido que por dentro chorava

por ela seus olhos perguntavam

mas sua boca estava selada

no dominio perverso deste

espírito que me pertence

eu não desejei nada disso

me entregue meu filho

acabe com o calor que sinto

não vejo o corredor dos ventos

não há nada neste lugar

o que são aquelas luzes lá embaixo

talvez saiba responder sozinho

não viu sangue nos olhos dela

viu luzes abrindo gotas cristalinas

ela era divina pertencia

as hordas do Deus que me cala

quem sabe pode responder sozinho

o fraco no destino entregue

antecede uma esperança

porque vê apenas sua própria sombra

tua sombra ainda está

com as adagas nas mãos

golpeado o pobre corpo frágil

o corpo inocente não tinha

gosto de veneno nenhum

mal desceu-me junto com ela

ela está suspensa longe do inferno

só posso ver o que foi você

dentro dela uma culpa dilacerando

forças contraídas como forças

de caça de destruição

cada golpe eu sentia minha

áurea surgindo de novo

no seio dos filhos do rei sol

pude de novo ver o horizonte

tinha uma alma fria como a minha

agora está entregue siga

esta verdade aquela verdade

morreu com ela quer a verdade morta

estás sentindo o caos de tudo

não vê o luto dos santos

orando sobre um corpo

não vê as cores do rubro escarlate

das águas doces no jarro

não pode beber não pode ver

eram as lágrimas dos puros

o conluio dos fracos vieram

oferecer ao corpo corrupto

longe do cemitério

o descanso que não teve

agora siga o próximo aviso

ele está perto da ponte

quando atravessa-la saberá

quem foi aquela que trouxe

ao mundo a grande fruição

dos caprichos de Adão

e teve seu coração

possuído por uma alma perdida

desde sempre ofendida

desde sempre nascida partida

desde sempre queria

outra mulher fantasiada

mas ela não tinha máscaras

tu desonraste o sagrado

eu desonro tuas falas sobre este

símbolo que ficará selado

será nossa escritura

não estás sentindo o corpo

convalescer quando volta

quando quer de volta

tudo o que perdeu!?

MÚSICA DE LEITURA: SUNNO - Belülrol...