A FONTE ato 13

A FONTE ato 13

Deus incrédulo agora ele

pede ao mito que fala sua vida

de andar sobre as terra

por que esta quer sua carne

sua alma ter seu espírito

qual foi o mito que andava

junto a mim desejando este fim

preciso de destruir esta agonia

que o corpo grita nos sentidos

estou ouvindo as fontes

derramando sobre as pedras

eu sou a fonte que está perseguindo

desde ontem desde sempre

desde menino desde que foi

ao encontro do velho na casa

perdida do mato no campo

longe de casa num vale sombrio

pedir pra matar teus sonhos

porque Deus é uma miséria falsa

nenhuma oração nenhuma vela

que acesa fosse deixava sua paz

deitar sobre teus medos

acabou vendo o medo vir buscar

todo fim no sangue inocente

de quem amava de verdade

de quem a maldade não foi

ser comida pela terra

ela não está viva aos mortais

tu deveria ver os segredos

que ela traz dos dias contigo

eu tenho as "dobras" rasgadas

das fúrias que ela engoliu sozinha

estás vivendo no intestino

vendo o que as entranhas dela

sabiam mais do que os olhos

os olhos estão no fim das forças

se as forças estão no fim morrerá

na água matando a sede da tua alma

com veneno que ela tinha

guardado das violentas escuras

fendas que trazia desde o princípio

um precipício agora a frente

rente as rochas deslizam águas

que reluzem florescentes

será pensa ele que são

as águas que matam a sede

não podem ser alcançadas

respingam perto como chuva

tem gosto de lágrima

estão salgadas de cor azulada

esbranquiçada delineando as pedras

fazem anos que ela derrama

solitária no quarto do filho

o segredo dos anos contigo

faz anos contigo sofrendo calada

entre os amigos nenhum sorriso

ela era conhecida pelo teu universo

exste uma lacuna onde passar

pra chegar ás mágoas doces

quando chorava solitária

sobre o rosto do único filho

do único amor que ela tinha

ao encontrar olhe para baixo

verá o quanto de mal tem lá

suas máscaras estarão sorrindo

caso caia será possuído

caso saia não leve nenhuma consigo

onde estão as doces mágoas

caindo num jarro torneado

de pérolas entre as flores

logo adiante deve alimentar

sua agonia covarde

são as dores do parto sonhado

desde antes quando amava

as mesmas entranhas

que agora percebe escuras

deverá ir deverá ir deverá tomar

o cálice que ainda chora

na mortalha de terra

no fundo do jarro saberá

quando poderá ir adiante!

MÚSICA DE LEITURA: SUNNO - Alice