Um ressentimento
Seu ressentimento lhe enfraquecia, lhe impedia de continuar sua vida. Não conseguia esquecer, tinha ódio cada vez que lembrava. Será que um dia haveria de superar tal sofrimento? Sua alma, seu espírito, exigia vingança. Sentia-se cego, debilitado, aleijado. A vingança seria a única saída, mas ela era, em verdade, expressão de sua desistência, seu escape, o fim de uma alma ferida que não mais enxergava um sentido para sua própria vida e queria levar aqueles culpados consigo.
Sua vontade de que manifestassem pena, refletia sua vontade de vencer sobre eles, de tal forma, que este querer ser compadecido, só refletia mais uma vez a essência de um alma morta, impotente, que não conseguia esquecer.