O Cavaleiro Silencioso
"E aqueles que foram vistos dançando foram julgados insanos por aqueles que não podiam ouvir a musica."
- Friedrich Nietzsche
O inverno frio castigava a pequena aldeia de Fleuber. A colheita anual de grãos e frutas não havia fornecido alimento suficiente para alimentar a aldeia durante o inverno. Sara observava a neve caindo ao lado de fora de sua pequena casa. A garota encarava a neve caindo suavemente naquela tarde com a expectativa de encontrar com ele: O cavaleiro silencioso. Desde pequena, a menina escutava Estorias e lendas de sua falecida avó, sobre um cavaleiro que caminhava sobre a neve a procura de seu antigo amor. A garota dos cabelos de ouro e olhos de prata sonhava com o Cavaleiro. Dereck, pai de Sara, era um fazendeiro com poucas terras e como a colheita não fora farta, o mesmo se preocupava com o estoque de comida para sua família, nesse inverno. "Se acalme, amor. Qualquer coisa podemos pedir leite para o senhor Thaus. Verão passado demos varias epigas de milho para ele. Não nos negaria alguns litros de Leite." Dizia Lucia, sua esposa e mãe de Sara. "Eu sei, Lucy. Precisamos racionalizar nossos suprimentos." Respondeu. Sara observava atentamente a neve, a espera do cavaleiro silencioso mas via apenas uma imensidão branca. Um mar de solidão fria, que há dois anos levou a vida de seu unico amigo, Joshua. Sara não gostava de lembrar de Joshua pois sentia um sentimento horrivel. Um sentimento de perda !! Ela acreditava que todos aqueles que foram levados pela frieza do gelo, se tornam parte de uma grande montanha gelada onde vivem para sempre brincando e tomando sorvete.
A menina pula de sua cama e caminha ate perto da lareira onde havia uma chama ténue brilhando. "Estás pensado em que, minha filha?" Questionou o homem com uma voz cansada. "Na vinda do Cavaleiro, papai" disse a menina de 16 anos. Por mais que tenha uma idade um tanto avançada, Sara nunca havia conhecido um rapaz por qual se interessase, pois ela era a unica da vila com está faixetaria de idade. O unico garoto no qual conhecia, foi levado pela doença do frio. "Filha, ele é apenas uma lenda...não existe cavaleiro" disse o homem sem empatia, desviando o olhar para o fogo. No fundo, Sara sentia que não havia cavaleiro, mas gostava de pensar que sim. Horas depois, quando a noite caiu e a nevasca chegou, Sara observava o campo fora de sua casa. A luz da lua estava oculta pela fria nevasca que cobria os céus e as estrelas. Em meio as arvores Sara observou uma movimentação. De começo, imaginou que fosse algum animal circundando sua casa, mas depois de alguns instantes, a garota saltou de sua cama, como seu coração saltou de seu peito. Era ele, o Cavaleiro !!
Um homem montando em um enorme cavalo branco caminhava pelos campos congelados. O mesmo trajava uma grande armadura platinada e carregava uma bolsa de couro acoplada em seu cavalo. Sara não sabia ow fazer, por um momento sentiu vontade de correr em meio aquela tempestade em direção ao cavaleiro sem se importar com nada, mas bateu aquele receio e a garota pensou consigo mesma: "E se não exisitir cavaleiro lendario e for apenas um bandido procurando alguma dama para sequestrar?". De fato não era comum bandidos trajarem belas armaduras e montar em majestosos cavalos. Sara estava confusa, mas seu instinto gritava para correr até o cavaleiro. Ela observou o rapaz parado com seu cavalo a frente de sua casa. A menina sem pensar, saltou de sua cama e saiu pela porta, observando o rapaz se aproximar. O frio que os ventos sopravam congelaram a espinha da garota e quando viu o cavaleiro se aproximar com seu cavalo e lhe estender a mão, a garota ficou paralisada. Sara se apoiou na mão estendida do cavaleiro e subiu em seu cavalo branco sobe suas costas. O cavaleiro não proferiu uma simples palavra, apenas cavalgou para dentro da mata. Sara ficou encatantada com o local onde o cavaleiro a levou. Era uma gruta dentro da floresta. Havia uma iluminação natural, quase sobrenatural, emanada do fundo de um pequeno lago que brotava do chão. Sara ficou mais encantada com a visão que viu a seguir. O cavaleiro removeu seu elmo e a menina viu seu rosto. Era o rosto mais belo no qual Sara tinha visto. O mesmo se aproximou e a beijou. Naquela noite, ambos os corpos se encontraram e o amor floresceu. O calor dos beijos de ambos tornaram aquela gruta quente e nem mesmo o frio do inverno podia esfriar aquela paixão gritante. Depois de se amarem, Sara presenciou uma cena na qual nunca mais iria se esquecer: Após o termino da tempestade de neve, a Lua cheia apareceu no céu, iluminado parte da gruta. Quando a luz da gruta atingiu o cavaleiro, algo inacreditável aconteceu. O rapaz lentamente começou a tomar a forma de um imenso lobo branco de olhos azuis. A garota no começou ficou espantada mas não sentiu medo pois via os mesmos olhos de seu amante, naquela fera. O lobo encarou a garota nos olhos. Os olhos azuis do lobo, como o mar se encontraram com os olhos prateados da garota, como a Lua e ambos entraram em sintonia como o mar e a lua. A garota sentiu dentro de sí, o lobo dizendo: "Sempre vou te proteger, logo voltarei meu amor". E logo depois disso, o lobo partiu correndo pelas matas junto com seu cavalo.
Sara voltou para seu lar antes de amanhecer. Depois de algum tempo, Sara descobriu que esperava uma criança, a marca que o lobo deixou em sua vida. A vila não acreditava na garota que alegava ter amado o cavaleiro. Em uma noite chuvosa, a criança veio ao mundo. Não era uma criança comum, ela possuía corpo de homem e pelos de fera. A aldeia se desesperou e julgou Sara, dizendo: "BRUXA !! BRUXA !! ELA DEU A LUZ A CRIA DO MAL". A menina não pode segurar seu filho, pois lhe tiraram antes. A criança e a mãe foram postas em uma estaca e atearam fogo. Os gritos de Sara foram escutados por toda aldeia. A criança e a menina provaram da maldade humana e pereceram em agonia e dor. O cavaleiro retornou aquela noite e a Lua lhe contou o que a aldeia havia feito. Tomado por raiva e frenesi, o cavaleiro soltou um talhando cada morador que vivia naquele local. Manchado de sapoderoso grito em meio a aldeia tomando forma de lobo e rengue, dor e tristeza o lobo encarou a lua e prometeu cantar toda noite para sua amada. Assim toda noite, o lobo uivava para lua, em homenagem a sua amada.
-Leo sumi