A MORTE LHE OBSERVA

Eu sou a Morte! Um anjo depressivo e melancólico, as vezes nesses milênios que ceifei várias almas humanas, questionei por inúmeras vezes meus deveres e afazeres.

Mas quem seria eu? Se não fosse para ceifar, o que eu iria fazer nesse universo que ainda nem saiu das fraldas? As vezes caminhando nas nuvens pesadas de chuva, sentindo os raios sobre meus pés esqueléticos, eu pude sentir o que o próprio Criador sentiu ao pisar nessa terra amaldiçoada pelo Diabo.

Tristeza! A doce tristeza na hora da despedida, a morte possui um termo sombrio para os leigos, mas acredite, a morte é sempre abraçada pelos intelectuais e gênios da literatura e ciência. Para eles eu não sou o fim, mas o começo para algo grandioso; uma ilusão do que seria a imortalidade.

A verdade seria que os humanos não são destinados a imortalidade, sempre haverá uma morte, seja física ou em forma de reencarnação. Você humano não pode ser eterno! uma alma eterna traria desequilíbrio e trevas para o mundo.

Talvez essa seja minha missão! Observar cada ser humano que encontra em mim um alivio para sua dor, um alivio para sua tristeza, não cabe a mim julgar a maneira que você vem me abraçar; sua morte será apenas mais uma das milhares que testemunho.

Talvez um dia o homem não precisara mais morrer, então o que farei? O que serei? Eu vejo diante dos meus olhos, um dia em que minhas asas não abrirá mais, então nesse dia a Morte morrera para sempre.

Parece irônico a Morte morrer, mas esse é o desejo do Criador do universo. Quando o homem descobrir o verdadeiro sentido da vida, eu poderei finalmente sentar-se em uma praça, olhar para uma lanchonete e nunca mais temer que um homem se enfarte com um Hambúrguer nojento.

L P Santos
Enviado por L P Santos em 27/05/2015
Reeditado em 14/06/2018
Código do texto: T5256824
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