"Você nunca os entenderá, assim como eles nunca a entenderão."
Olhou no relógio, 01:00h da manhã, se deu conta de que já era domingo, mas ela ainda vivia a sexta...
Sexta feira 13... Nunca foi supersticiosa, mas sabia desde o começo que o azar lhe acompanhara aquele dia... Azar, medo, agonia, preocupação, e todos os sentimentos ruins que são capazes de acabar com o dia de uma pessoa, se faziam presentes, e ela sabia que seria um dia difícil desde o momento que abriu os olhos de manhã...
Pensou em evitar as confusões que a esperavam, mas ninguém entenderia e não a deixariam ficar quietinha em casa pensando nas coisas q poderiam ter acontecido e ela não permitiu...
Então ela se arrumou, respirou fundo e enfrentou...
Algumas horas que pareceram uma eternidade...
Corria atrás da felicidade a todo momento, uma pena não ser por ela...
Não se divertiu, foi a diversão de alguns...
Não cuidou de si própria, cuidou dos outros...
Não sorriu, mas teve a capacidade de fazer outros sorrirem...
Não amou, mas quis de todas as formas fazer as pessoas se amarem...
No fim de tudo, não sentia alegria alguma, apenas a frustração de ter fracassado naquilo que ela tinha tomado como missão pra si, consertar os erros que não eram seus...
Em um súbito momento de loucura, quis ser livre, e por alguns segundos, assim se sentiu, mas desses segundos só lhe restaram os julgamentos e os hematomas...
Por fim, cansada, nessa madrugada de domingo, só conseguia repetir as cenas em sua mente e refletir sobre os seres humanos e suas confusões... Não entendia o porque de serem tão complexos, ainda que ela seja o ser humano mais complicado que existe...
Suspirou e lembrou-se que um dia, um sábio homem lhe disse "Você nunca os entenderá, assim como eles nunca a entenderão."