Mistério
Todas as tardes ele saia da sua ala arborizada na zona nobre.
Apressado ia com passos firmes ao cair da noite, passava e não dirigia um olhar ou uma palavra aos que o olhavam.
Chegava a encontrar rostos conhecidos que não o sensibilizava.
Outro dia em um desses passeios alguém chamou a sua atenção.
Pela primeira vez ele parou e ouviu.
A mulher gesticulava e o som da sua voz era bastante irritante.
Ele calmo, frio em silencio ouvia...
A cena foi repetida em outras tardes. Ele ouvia depois seguia o seu rumo sem esboçar qualquer emoção, caminhava já mais suave, pensativo. Dias e mais dias se passaram até que a noticia se espalhou...
Aquela mulher morreu, contam que no seu velório apenas ele compareceu, foi a única lágrima que ela recebeu naquela tarde.