Mistério

Todas as tardes ele saia da sua ala arborizada na zona nobre.

Apressado ia com passos firmes ao cair da noite, passava e não dirigia um olhar ou uma palavra aos que o olhavam.

Chegava a encontrar rostos conhecidos que não o sensibilizava.

Outro dia em um desses passeios alguém chamou a sua atenção.

Pela primeira vez ele parou e ouviu.

A mulher gesticulava e o som da sua voz era bastante irritante.

Ele calmo, frio em silencio ouvia...

A cena foi repetida em outras tardes. Ele ouvia depois seguia o seu rumo sem esboçar qualquer emoção, caminhava já mais suave, pensativo. Dias e mais dias se passaram até que a noticia se espalhou...

Aquela mulher morreu, contam que no seu velório apenas ele compareceu, foi a única lágrima que ela recebeu naquela tarde.

Moreira C
Enviado por Moreira C em 09/11/2013
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