Morrer para viver
A angústia o consumia, ele já não era capaz de enxergar um saída, perdido nos complexos que ele mesmo criou, vivia em apartheid com o mundo. Um dia ou uma semana não eram muito diferentes, pois pela lógica capitalista, sua contribuição com a sociedade era nula, ele não tinha utilidade; nesse ponto ele mesmo concordava. Se questionava diariamente onde findaria sua vida, ele temia o futuro, mas nem por isso aproveitava o presente. Nascia e morria diariamente, por isso não tinha certeza de nada. O único momento que sentia-se realmente vivo, era quando a lâmina rompia calmamente sua pele branca, de alguém que a muito tempo não saía do próprio quarto, nesse momento de prazer macabro acontecia sua epifania, a dor o lembrava que havia esquecido de viver.