AS MÁSCARAS DA MORTE
Não que a vida fosse fácil. Ele acordava e trabalhava, dormia e amava, ganhava e orava por uma vida melhor.
Duvidava.
Percebia que nem sempre orações apaziguavam seus medos. Sabia que ter fé não ia encher o prato de sua esposa e filhos.
Trabalhava.
Cansado, buscava outras alternativas para seus medos.... Não podia demonstrar e parecer fraco.
A noite era a melhor solução.
Renunciava.
Conhecia as alegrias do pecado, deleitava-se nos leitos mais errados e, atormentado por sua paz alcoolizada, voltava pra sua casa e lá, a força, seu amor concretizava.
Se embriagava.
Perdido no mundo e em si mesmo, frequentemente descobria uma forma auto-destrutiva de se enamorar pela vida e se esquecer de suas amarguras.
E, aos poucos, se matava.
Beijava a morte, a cada dia mais, sem reconhecê-la por trás de suas máscaras....
Abandonava...
Abandonado.