AS MÁSCARAS DA MORTE

Não que a vida fosse fácil. Ele acordava e trabalhava, dormia e amava, ganhava e orava por uma vida melhor.

Duvidava.

Percebia que nem sempre orações apaziguavam seus medos. Sabia que ter fé não ia encher o prato de sua esposa e filhos.

Trabalhava.

Cansado, buscava outras alternativas para seus medos.... Não podia demonstrar e parecer fraco.

A noite era a melhor solução.

Renunciava.

Conhecia as alegrias do pecado, deleitava-se nos leitos mais errados e, atormentado por sua paz alcoolizada, voltava pra sua casa e lá, a força, seu amor concretizava.

Se embriagava.

Perdido no mundo e em si mesmo, frequentemente descobria uma forma auto-destrutiva de se enamorar pela vida e se esquecer de suas amarguras.

E, aos poucos, se matava.

Beijava a morte, a cada dia mais, sem reconhecê-la por trás de suas máscaras....

Abandonava...

Abandonado.

Isabella Cunha
Enviado por Isabella Cunha em 27/05/2013
Código do texto: T4311598
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2013. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.