Sangue e orgia

Alvas curvas eram moldadas por minhas mãos, num ritual quase sacro. Os olhos é que brilhavam estranho, mas que é que importava, se o amíscar daquele corpo me inebriava os sentidos e acendia a pele. Tocava-a, ora com delicadeza para sentir-lhe entre os dedos, ora com voracidade para tragar-lhe o gosto. Meretriz! Não negarei a paixão que me acometeu ao possuir aquela mulher, mas o destino, delicioso como é, já a havia destinado para os meus fins prediletos. Depois do êxtase, toquei delicadamente meus lábios na brancura de sua face e cravei-lhe um punhal no ventre. O sangue quente banhou meu corpo, o corpo esguio e lânguido deixou-se cair sobre o lençol que fora, outrora branco e agora tingia-se de rubro.

[Continua]

Efêmera Capitu
Enviado por Efêmera Capitu em 24/04/2013
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