Carmilla
Carmilla ouça a sinfonia,
Teu corpo balouça lânguida,
Tua voz a tímida melodia,
Da sua nudez assim cândida!
E vejo os seios intumescidos,
Vibram de volúpia e prazer,
Junto aos cabelos enegrecidos,
Gemem em histérico gemer
Passeio minhas mãos macias,
Sorvo ao teu seio o elixir,
Entre nossas línguas tão macias,
Vejo-te bela ao sorrir!
Desde que a noite vinha,
Com o corpo em divina nudez,
Tua existência era minha,
Dentro desta vaporosa palidez
Quando a noite tocava-me o seio
Entre sua débil e santa carícia,
Senti na alma brotar-se o enleio
Junto ao meu olhar de malícia!
Quantos anos nossos segredos,
Uniram-me ao amor,
Devotando-te amores e medos,
Para ti pequena flor!
Mesmo que tua imortalidade,
Seja a lágrima que transpira,
Resta-me a página de saudade!
A vós minha amante vampira!