A lírica da queda de um anjo.
Anjos voam gorjeando
A canção negra da desgraça,
No balé dos Tolos aproveitando
A descrença que os fez perder as asas.
O sangue envenenado de su’alma flui
O mais nobre Celeste do úmido desejo;
Caiu, sonhou, não mais um objetivo possui
A escolha errada entre o dever e um beijo.
Crianças perdidas pelo mundo
Pequenas são as luzes de suas estradas;
Sozinhas, nutrem um medo profundo
De quem vive tudo, mas não entende nada.
Órbitas azuis observam o céu
Lágrimas de chuva no seio não escondido
Na cabeça cenas tristes, na sua boca o fel
Nublando o brilho da inocência perdido.
Os sinos tocam nas igrejas
Do alto, figuras distorcidas observam
Do lado o mais bonito predador almeja
O desejo que seus pecados rezam.
Lua cheia de escuridão
Só o céu pode ser mais escuro que seu coração
Lua cheia de compaixão
Não vire o rosto pro seu irmão!
Lua! Oh lua!
Da manhã o céu deixe-o observar
Pois só assim poderá parar de roubar
A inocência de corpos inocentes
Para deflorar a pureza de su’alma
E deleitar- se na manhã de seus olhos celestes.