A lírica da queda de um anjo.

Anjos voam gorjeando

A canção negra da desgraça,

No balé dos Tolos aproveitando

A descrença que os fez perder as asas.

O sangue envenenado de su’alma flui

O mais nobre Celeste do úmido desejo;

Caiu, sonhou, não mais um objetivo possui

A escolha errada entre o dever e um beijo.

Crianças perdidas pelo mundo

Pequenas são as luzes de suas estradas;

Sozinhas, nutrem um medo profundo

De quem vive tudo, mas não entende nada.

Órbitas azuis observam o céu

Lágrimas de chuva no seio não escondido

Na cabeça cenas tristes, na sua boca o fel

Nublando o brilho da inocência perdido.

Os sinos tocam nas igrejas

Do alto, figuras distorcidas observam

Do lado o mais bonito predador almeja

O desejo que seus pecados rezam.

Lua cheia de escuridão

Só o céu pode ser mais escuro que seu coração

Lua cheia de compaixão

Não vire o rosto pro seu irmão!

Lua! Oh lua!

Da manhã o céu deixe-o observar

Pois só assim poderá parar de roubar

A inocência de corpos inocentes

Para deflorar a pureza de su’alma

E deleitar- se na manhã de seus olhos celestes.

Isabella Cunha
Enviado por Isabella Cunha em 14/09/2012
Código do texto: T3882155
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