Lúgubre Noite.
Lúgubre noite de tormentas pairando na vida de pessoas sedentas de emoção. A lua no céu indicava o marco da vida, no caso de viver, errônea e divertidamente, e corpos que pelo sol se permitem por os óculos, pela escuridão tiram as mascaras, colocando o salto alto e a meia arrastão.
A noiva da lua estava sentada no bar com seu vestido negro e a grinalda de espessas lágrimas. Do espelho podia-se ver o seu buquê morto, o rímel em seu rosto borrado, molhado por prantos que já passaram, mas, continuam revirados em seu coração.
Olhou-se no reflexo da amargura. O que o amor pode fazer com uma criatura que ainda não aprendeu a amar? Levantou-se. Em volta somente pessoas que não sabiam discernir a princesa se seus olhos não fossem azuis, pisava nos excrementos que saia das bocas imprudentes e contentes por não ter de ter lógica pra beijar e no caminho fétido dos elevadores deu de cara com amores que chegaram e não puderam ficar.
Primeiro andar. O beijo tímido, sorriso de um amigo que te ensinou a namorar. E foi subindo. O quarto que se deitou a deleitar mas no quinto se apegou e ele não pôde ficar. No “cesto” jogou fora o lixo de sua vida e saiu no décimo, o ultimo, o primeiro de sua descida.
Da janela via as estrelas. Seguiu a trilha vendo a lua, se pendurando nua, no beiral onde mal podia se equilibrar. “ Oi mãe do céu, amante que me deixou no dias de solidão. Oi lua linda banhe o corpo dessa menina que veio lhe estender a mão”.
O vento abraçava seu corpo enquanto seus olhos eram fixos. Descia mais rápido e com um sorriso mágico esperou que encontrasse o chão.
O fim de um coração.
O começo de uma paixão
O encontro da solidão
Com a morte e o seu calor.
A mágica da lua incide
No poema que acaba triste
De uma noiva que com uma lágrima disse
Eu aceito no momento em que o anel da morte se apossou.