A ESCADA PARA O CÉU

Era uma vez uma mulher chamada Carlota, tão louca quanto Carlota Joaquina, ela era infeliz, tantas contas para pagar, e um desfecho nada agradável a esperar, certo dia Carlota dormia ao lado de seu frágil marido, um marceneiro tísico. Quando ouviu um grunhido de gato assustado e meio espatifado se me permite parodiar a turma do chaves.

Ela acordou, e viu a pedra que estava o marido estava frio e branco como mármore. Ela acordou em pranto e choro, mas mais do que isso em solidão que ela agora sabia ser eterna, e dolorosa tal qual a prisão de prometeu acorrentado em uma rocha tendo seu fígado comido por uma águia pela eternidade, o funeral foi rápido, pois já era de se esperar a morte do coitado afinal era tisico era questão de tempo, então embora relutante ela já havia se preparado para tal situação. Voltando para casa, não quis conversa com os vizinhos entrou, e lá ficou, sentou-se na velha poltrona e ficou olhando para a sala que era também a oficina do pobre marceneiro cheio de serragem nos cantos das paredes, e madeira jogada para os lados. Ela olhava atentamente para o que um dia estava tão cheio de vida, sons diversos de marteladas, serras, e pregos, sons que ela odiava, mas que fazia naquele momento tanta falta. Ela ficou olhando imóvel para aquele quadro vivo que se desenhava em sua sala por horas, até a noite vir e com ela a escuridão, e o cantarolar dos grilos os violinistas irritantes da natureza, ela ficou lá parada contemplando aquela tragédia pessoal, até que ao amanhecer lhe veio uma ideia. Ela pegou a madeira que estava solta e intocada na casa, o martelo do marido e pregos e começou amontar uma escada, degrau por degrau, sem parar ela colocava a madeira e batia nos pregos com dificuldade e mostrando falta de talento, mas às vezes a persistência e mais valiosa que o talento. Ela pregou e pregou sem parar e esqueceu-se de comer, dormi sorrir, ir ao banheiro esqueceu-se do mundo lá fora e com a mesma sandice que se construiu a torre de babel para chegar ao céu ela fazia com a escada, ela construía até que acabou a madeira.

Ela então pegou as cadeiras que também eram de madeira e quebrou os pedaços serviriam para continuar a escada celestial, os degraus eram frouxos e tortos uns mais largos que os outros e também o espaço entre cada degrau era completamente diferente. Ela subia cada vez mais alto, até que já estava em certa altura onde os pássaros já passavam. Ao seu redor. Ela sentiu tontura e começou a chover, mas ela continuou seu trabalho. Até que já estava tão tonta que mal conseguia se segurar. Ela desceu e foi atrás de mais madeira, mas não conseguia mais se mexer, estava já tão tonta que caiu sentada na velha poltrona e lá ficou sua visão ficou embaçada até que ela morreu, eu como escritor esperançoso imagino que ela não morreu, mas alcançou o ultimo degrau para o céu.

Porque mal isso aconteceu à escada lá em seu quintal virou cada degrau cada emenda rompeu com a chuva. Mas na minha humilde opinião já não importava mais.

sr ninguem
Enviado por sr ninguem em 17/04/2012
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