LACRIMOSO ADEUS
Olhando para as minhas mãos,
Cicatrizes, surradas pela vida e másteres insanos,
Deixo para traz, Minha amada Rainha a certeza de que...
não tornar-me-ei um Santo, Portanto,
Não reze por mim,
Quero que olhe para mim,. quero ir não sei para onde
Assim, não serei Santo, nem serei contemplado,
falado ou inspirado,
Simplesmente, não serei lembrado.
Vou para o Vale Mortal, onde há perfeita e almejada Solidão,
Minhas lagrimas de sangue,
embora cristalinas de um sangue nobre azul,
não são doces.
Me sentarei a mesa da Morte como Anfitrião,
Ainda esperançoso, busco no Horizonte, mas, não encontro nada que me lave a alma pérfida,
Minha roupa esta surrada, já não plantei nada,
Eu Rezei numa Igreja Majestosa, imensa sobre pedras fortes,
digna de meus dotes,
Meus joelhos ensangüentaram-se até que os ossos esfolaram-se, mas, nada...nada escutei,
Apenas meu remorso e meus arrependimentos faziam-me companhia,
Então entendi...Então aceitei.
Minhas lagrimas secarão, e ainda que houverem lagrimas outrora de sangue...infame, elas também secaram, no entanto...Portanto,
Não rezeis por mim,
Não serei lembrado por nada, por algo que fiz,
nem digno de ser chamado de ‘Seu’,
Olho para as minhas mãos, não vejo nada,
Alem de minha própria arte surrada no quadro...EU.
Minhas roupas estão rasgadas,
Minha face marcada, por um horrendo Breu.
Não reze por mim, pois meu destino eu aceitei
Seus suaves beijos molhados e sinceros abraços eu levarei,
Lembre-se de mim apenas,
Pelo nada que eu me tornei.
Valéria Carvalho Ribella e Mércio Ribella Jr.
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Valéria C. Ribella e Mércio Ribella Jr - LACRIMOSO ADEUS
Revisão e Arte Filosófica Valéria Carvalho Ribella
Fixação de Texto Valéria Carvalho Ribella
Diagramação e Arte em Designer Photográfica Mércio Ribella Jr
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