Diante da nevoa
A beira de um lago sereno
Uma solitária alma vagava
Podia senti-la como se fizesse parte da minha
E vi marcas negras surgindo no céu
A cibila da floresta sussurrava em meu ouvido
Foi quando ele apareceu
Veio acompanhado pela lua
E pelo sofrimento que guardava em sua alma
Caminhando em minha direção
e ainda saindO da nevoa
ele disse:
-Frio é meu cadaver coberto por um manto de dor.
Em meu rosto levo lagrimas tão vermelhas quanto rosas.
Vivo em solidão.
Rodeado de desejos.
E o negro de minha alma,
Já não é apenas uma maldição
Procurei não olhar nos profundos olhos daquele ser
Mas algo por algum motivo atraia-me
E vi escorrer de sua carne o desejo pela minha
E suas mãos geladas tocaram meu rosto
E os lábios secos beijaram os meus
E a voz rouca e grave sussurrava em meu ouvido
Deixei que ele tomasse conta de todo meu ser
Gritei de dores e prazer
Por um instante vi a nevoa aumentar
Por um instante vi os dentes afiados cheio de sede
Vindo em direção a meu pescoço
Por um instante vi a lua
Por um instante respirei
E agora..
Não mais.