Diante da nevoa

A beira de um lago sereno

Uma solitária alma vagava

Podia senti-la como se fizesse parte da minha

E vi marcas negras surgindo no céu

A cibila da floresta sussurrava em meu ouvido

Foi quando ele apareceu

Veio acompanhado pela lua

E pelo sofrimento que guardava em sua alma

Caminhando em minha direção

e ainda saindO da nevoa

ele disse:

-Frio é meu cadaver coberto por um manto de dor.

Em meu rosto levo lagrimas tão vermelhas quanto rosas.

Vivo em solidão.

Rodeado de desejos.

E o negro de minha alma,

Já não é apenas uma maldição

Procurei não olhar nos profundos olhos daquele ser

Mas algo por algum motivo atraia-me

E vi escorrer de sua carne o desejo pela minha

E suas mãos geladas tocaram meu rosto

E os lábios secos beijaram os meus

E a voz rouca e grave sussurrava em meu ouvido

Deixei que ele tomasse conta de todo meu ser

Gritei de dores e prazer

Por um instante vi a nevoa aumentar

Por um instante vi os dentes afiados cheio de sede

Vindo em direção a meu pescoço

Por um instante vi a lua

Por um instante respirei

E agora..

Não mais.

Thaísa Yukari
Enviado por Thaísa Yukari em 06/03/2012
Código do texto: T3538531
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