O grande traidor

A vergonha de ser expulso e humilhado mistura-se ao medo de, quando cair, não conseguir viver nessa terra estranha. Fui arremeçado no ar, sem controle algum sobre as asas, as bato em vão, tentando me livrar de uma aterrizagem com certeza muito dolorosa.

"Quanto maior a altura, maior a queda" , agora sei o significado de tal dito, literalmente!

Traí a confiança do Soberano e agora pago o preço.

Na precipitação o sol queima minhas asas, a obra que O vi fazer, agora voltava-se contra mim, com todo seu calor transformando minhas asas em carvão. Doe cada pena carborizada...

No chão em que pouso uma enorme cratera se abre no solo. Por pouco não machuco o rosto angelical, mas minhas mãos então quebradas por nelas apoiar o corpo. De meus joelhos e antebraços ralados sangue carmesim escorre lento.

Trêmulo e em frangalhos olho o céu , antes meu lar, caminhando podremente perdedor com os pés descalços. Sinto ódio, sinto raiva e terei que vingar-me antes de ser julgado e certamente condenado...

Doutora T

Ps: Ao comentarem sobre o texto peço-lhes, por obséquio, que não incitem a fera (tocar no nome do Chifrudo), pois apenas dei a minha versão do que seria a queda do Anjo caído! Obrigada...

Doutora T
Enviado por Doutora T em 17/02/2012
Reeditado em 11/03/2012
Código do texto: T3505190
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