Uma última vez mais

Com um punhal

Encerro o partido da vida

Derramo mais uma vez o sangue batizado pelas lágrimas

E digo que profano é o doce desejo que alimento por ti

Não escapo, não fujo e não me amparo

Procuro lutar contra esse querer

Mas é inevitável controlar o desejo de te ter

Como uma chama negra

Pronta para ser apagada

Meu peito inflama em meio ao caos

E a noite inebriante da mais pura tempestade

banha com louvor toda magia dos meus pesadelos

Corto os pulsos e deixo cair

Sobre o túmulo de alguém que nunca vi

Minhas últimas gotas de sangue

Para que possa me juntar a ti

Oh doce fiel escudeiro

Amante de uma louca, doentia e alucinada por amar

Amar seu único e verdadeiro amor

O amor que lhe fora roubado

Preparo um simples ritual

Para trazer-te somente por uma noite

Mas trazer-te para junto de mim

Para perto de mim

Para onde eu possa tocá-lo e alimentar

Essa fera que me consome corpo a dentro

E me faz delirar de paixão

Como uma chama negra

Pronta para devorar tudo

Cada pequena célula dentro de mim

E eu não me nego ao serviço

Deixo-a penetrar em cada pequena parte de mim

E Invoco o teu nome ao vazio

Recebo toda a glória que é estar

Em meio a tempestade de almas

E mesmo assim conquistar

A honra de estar viva em uma noite sombria e banhada por sombras

Pois se os demônios vieram me assombrar

Serei a domadora dos seus desejos

E pouparei-os do desprezo que é me ver

Sangrar no chão frio até morrer

Pois minha alma já entreguei em dilúvio

A um ser que não mais senti

Nos lençóis da minha cama

Em uma noite serena

Gemendo e sussurrando meu nome

Enquanto eu exalo o cheiro do sexo

E inebrio seus sentidos com meu toque

Deixando-o ainda mais determinado

A amar-me uma última vez mais.