Amor Torto.
Suas correntes têm o direito de me prender,
E no escuro meu grito se cala... Sua risada tem todo o destaque.
Minhas lágrimas riscam minha face borrando a maquiagem hipócrita...
De repente, não adianta mais fingir ser o que eu não sou.
O eu jogado sobre a terra gélida, sorri ao notar aonde isso o levou.
Um sorriso brinca em meus lábios. Oh, finalmente cheguei aonde queria... No calor da sua loucura.
Sua insanidade me excita e ao mesmo tempo seu pecado me corrói.
Suas falsas juras de amor são o suficiente para me fazer gozar de felicidade e suas falsas lágrimas são o suficiente para me matar aos poucos.
Oh, vida longa à esse amor torto!
Vida longa à esta dor que me consome...
Até onde isso vai nos levar?
Seu veneno escorre pelos meus lábios e de tão amargo nem sabor mais tem...
Os espinhos machucam meu coração, mas continuo aceitando suas flores mortas.
O doce mel dos seus lábios se mistura ao salgado de minha angústia.
O véu da noite nos cobre.
Ouço ao longe vozes me mandando parar, mas meu corpo fica tão bonito pintado em vermelho vivo!
A lua mais uma vez é testemunha de um ato impensado e sem querer jogo minha vida ao acaso...
Quero fitar seus olhos, mas minha visão está turva demais para tal.
Sem que eu perceba nada mais me resta...
Sua presença se foi e meus batimentos cardíacos também.
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Tento me levantar, porém meus pés não tocam mais o chão.
Sinto a terra gélida me cobrir como um manto delicado...
Tétrico!
Sob mim um mundo inteiro. Por mim nada nem ninguém...
Queria sentir-me molhada pelas lágrimas, mas aí percebo que mortos não sentem.
Não sentem nada...
Eu sempre estive morta!
Minhas lágrimas caem, porém não estou mais molhada.
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Fim.