Loira, alta, solteira, procura...
Era uma vez uma bela mulher chamada Mara,empresária de sucesso, independente, moderna, irreverente, de boa família, tinha 45 anos e uma uma filha adolescente, porém ainda solteira. Nunca havia se casado porque sua vida sempre foi voltada para o trabalho, começou cedo como modelo infantil de comerciais, tinha fama de ser uma criança super dotada e com o QI acima da média, mas não gostava de estudar, tinha preguiça de ler e sempre colava na escola. Gostava de futebol e tinha como ídolo o Maradona, pois gostava de viajar para a Argentina para divulgar sua empresa e passar Frio, coisa que lhe remetia a infância vivida no Rio Grande do Sul. Durante a sua adolescência sempre fora sapeca, gostava de bichos e era vegana, pois a natureza lhe fascinava, sentia-se livre junto as flores, árvores e pássaros; gostava de nadar com os peixes e contar histórias infantis para os seus irmãos mais novos. Seus pais eram separados, coisa que a incomodava, entretanto a sua família era unida e solidária.
No alto dos seus 45 anos Mara sonhava em se casar, mas não recebia cantadas dos homens devido ao seu gênio forte, apesar de ser Loira, alta e um pouco acima do peso,pele levemente morena e olhos verdes, muito verdes. Tinha uma inconstância em seu humor, coisa que lhe prejudicava socialmente, pois sem querer magoava quem a amava. Seus maiores amigos a consideravam uma grande mãe devido a amizade que tinha com sua filha, sendo essa seu maior tesouro e considerada por ela sua “modelo” e “princesinha”.
Mara começou a ter dificuldades em seus relacionamentos amorosos depois que resolveu fazer simpatia para casar, fez uma reverência para o Santo das causas impossíveis pegando uma galinha Azul pintadinha e arrancando suas penas para fazer Brincos e usar os apetrechos. Após isso Mara apesar de vegana, sentiu vontade de comer carne de Rã e foi a uma famosa churrascaria em sua cidade , lá conheceu um cantor que compunha suas próprias melodias; ele cantava e fascinava com sua bela voz grave, estilo cantor de Blues americano; tinha cabelos longos e um olhar misterioso de nome Belo cantava e encantava as moças do estabelecimento. Não era gogoboy, mas recebia gorjetas das garotas que exaltadas lhe pediam para cantar sua músicas preferidas. Mara e Belo se apaixonaram a primeira vista, ele a viu comer carne de rã e se identificou, cantou uma música que compôs em uma viajem que fez a Caldas Novas e a convidou-a para conhecer esta cidade. Eles começaram a namorar escondido, iam ao parque de diversões da Lapa, em Caldas Novas e lá dançavam Samba, eram ecléticos e gostavam de todo o tipo de músicas, tudo dependia do humor de Mara que ora gostava de Rock , outro dia sua preferência era música clássica. Belo estranhava essa inconstância musical de Mara e começou a se afastar usando como pretexto o seu trabalho. Mara, porém continuava a fazer simpatias e se sentia cada dia mais solitária, o que ela não sabia é que as galinhas tinham um poder que fascinava, eram animais sagrados e suas penas tinham poder místico. Isso causava um transtorno astral na vida de Mara, lhe causando mau humor e dificuldades financeiras. Tudo passou quando Mara fez uma visita a Salvador e conheceu uma mãe de Santo chamada Dona Ivana que lhe ensinou a atenuar seu inferno astral chamando meu amor de meu loiro. Ofertou um papagaio e lhe cantou uma canção. Tudo pode ser, se quiser será, basta acreditar... dizia a canção. Mara voltou com Belo 5 dias depois.