A redoma de vidro

Fora fabricada com a mais pura porcelana... Sua pele lisa, opaca, seus olhos azuis e sem brilho, refletem a redoma de vidro que fora colocada.

Não sabia o que era ser desejada...

Aquela, dona dos tais cachos negros, peruca que cobria a verdade... A verdade que até ela desconhecia, mas que estava dentro de si.

Mais uma vez, sentia os olhares em si, fazia poses, piscava os longos cílios delineados em uma curva perfeita, na mais demoníaca expressão angelical.

Quem era ela? Fruto de um meio rosa, perfeito...

Mas todos sabemos, menos ela, que a perfeição é apenas um termo que o imperfeito criara para esconder a sua beleza em ser em si, sem perfeições.

Um dia encontrara uma porta... O cheiro dali era não menos que insuportável para as suas delicadas narinas... Olhara, em seu começo de imperfeição...

*A curiosidade... É o menor, mas mais perigoso desejo que emana de nós.

Era feio aqui fora... Era frio... Era promísquo!

Ela se encolhera... Mas nunca esquecera, do mundo que vira...

Quanto tempo mais ela aguentaria na simplicitade e monotonia da sua vida, depois que vira um pedacinho do mundo que lhe espera depois da porta?

Isabella Cunha
Enviado por Isabella Cunha em 27/08/2011
Reeditado em 12/02/2012
Código do texto: T3184513
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2011. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.