A dança de Um Morto-Vivo no Jazigo de Sua Amada
E lá estava o ambiente de nossa noite, decorado com as mais belas flores, os convidados vestidos com a morte.
A festa temática, aonde eu era o único diferente, estranhamente corado, com o rubor típico de quem vira a pior das cenas mas não conseguira absorver.
Ela estava linda, seus lábios pálidos se deliciavam nos meus trêmulos, me guiando para um só caminho... O único que eu queria seguir.
Era sua noite, o quarto estava preparado, sete palmos em baixo da terra, a seda macia de sua cama esperava.
Uma dança, ela me pedira, no ritmo lento que parava meu coração.
Rodopiamos, imaginamos e nos amamos, na perfeita cena da imperfeição.
Ela deitara em sua pousada eterna, mas foi aí que vi, sua camisola coberta de sangue, os seus olhos já não brilhavam ali.
Um choque em meu peito, tudo mudou, da nossa bela dança em seu jazigo, um velho médico me despertou.
Com sua imagem distante não podia encontrar a forma de tocar seu rosto, em sua boca sentir seu gosto, sem para a morte me entregar...
Eu me entreguei... Mas não esperei
que ao voltar para o meu estranho
sonho, agora, estaria sozinho...