My Immortal
Ela não desejava absolutamente nada de impossível, ele é que não queria lhe dar aquilo que almejava.
Ela apenas queria amar e ser amada, cuidar de alguém e ser cuidada e poder adiante, dizer que tudo aquilo que havia passado valeu a pena.
Aquele crápula a usou, humilhou, enganou e a fez acreditar em coisas que jamais ousará sonhar, agora ela estava condenada, vagando pelo mundo como uma alma solitária, seu coração tão partido quanto o vidro lacerado do porta retratos que carregava consigo a foto dos dois, a foto de uma época cujo qual ela se proibirá de lembrar.
Os pés sujos, o vestido de noiva puído e rasgado arrastando-se pelo chão, na mão um buque de rosas murchas e maltratadas, tão podres quanto o seu coração que parecia se esvaziar com o passar do tempo.
- Eu te amo... – Ela murmurou antes de se deixar cair de joelhos sobre a terra molhada, pegajosa e lotada de pequenas pedrinhas que lhe invadiram a carne e a fizeram sangrar. A menina pareceu não notar. – Eu sempre vou te amar.
E naquele momento em que o ponteiro do relógio que marcava os segundos parou nada mais importava, as lagrimas, a dor, a infelicidade, tudo seria deixado para trás, ela estaria em pouco tempo em seus braços, se deixaria ir pela onda de loucura e navegaria no oceano doce de seus lábios.
O pequeno frasquinho negro fora erguido com languidez, seus movimentos feitos com extrema cautela a frente de seu amado. Ele a esperava. Ela engoliu. O veneno agiu rápido em suas veias, lhe tirando as forças e a respiração, seu corpo pendeu sobre o tumulo de seu destinado e seus olhos se focaram no que ela havia entalhado ali dias antes, as últimas palavras que ele lhe dissera.
“Quem sabe quando eu morrer poderei te esquecer.”
Ela tinha certeza que não.
Os olhos amendoados se fecharam pela última vez.
"Não quero esquecer como é sentir saudades
Eu quero permanecer apaixonada, com minha tristeza...
Oh mas Deus, eu quero me libertar!"