*** LÁPIDES ***

VISTO-ME DE PRETO EM RESPEITO AOS MORTOS.

TRANSITO POR ONDE DESCANSAM SEUS CORPOS, SEM VIDA ENTERRADOS.

EM SUAS LÁPIDES ESCURAS FRIAS ENCONTRO MEU SILÊNCIO, REPOUSO MEU CORPO QUENTE SOBRE A QUE ME PARECE MAIS VAZIA; DALÍ CONTEMPLO IMENSOS MONUMENTOS... ANJOS EM SUAS CABECEIRAS, ENORMES ASAS ABERTAS QUERUBINS ZELADORES A ABRAÇAR AS ALMAS QUE ALI JAZ UM CORPO QUE VIVEU SEU TEMPO NA TERRA UM DIA.

ALGUMAS LÁPIDES ESQUECIDAS, NEM ANJOS, NEM SANTOS TÃO POUCO SUA DECORAÇÃO FLORIDAS.

OUTRAS OSTENTADAS, MÁRMORES FINOS COM SEU DONO NO SONO ETERNO QUE JAZIA. EM SILÊNCIO, ESCURIDÃO PARECIA-ME DIA;

DEITADA SOBRE LÁPIDE FRIA...

DESCANSANDO MEUS PENSAMENTOS...

COM UMA LUA QUE SUA LUZ TRAZIA.

A PAZ QUE ENCONTRO LUGAR NENHUM TERIA.

EM UM SINGULAR RECANTO UM LUAR QUE CRESCIA;

EM MIM A INSPIRAÇÃO DE UM DIA... DESCANSAR MINHA CARNE NO RECANTO DOS MORTOS QUE ALÍ JAZIAM.

A PAZ DA VÃ ESCURDÃO QUE ALÍ PARECIA DIA,

VERTE EM MIM A INSPIRAÇÃO NO SOSSEGO E REFLETIR ENTRE OS MORTOS...

QUE ALÍ NÃO FALAM;

SEM REPRESÁLIAS NESTE LÚGUBRE LUGAR EU PODERIA.

AUT: ***Jaqueline Lopes***