O drama de uma refeição
Dois vampiros experientes tentavam ensinar um vampiro recém-transformado a sugar o sangue de uma vítima, uma moça sequestrada:
- Você faz assim – disse um dos vampiros experientes, enterrando os dentes num dos pulsos da jovem. – Faça sem dó, para que ela não sofra em demasia.
- Não, não, seu idiota! – interrompeu o outro vampiro sabido, e descobrindo o pescoço da garota, cravou os dentes afiados – O pescoço é sempre a melhor escolha, está vendo? Dói muito menos e tem mais sangue!
O vampiro novato manifestou-se em total confusão:
- Parem, parem! Vão me enlouquecer!
E num acesso de estresse tomou da jovem e dilacerando o colo branco, sorveu do jorro escarlate.
- Por Deus, veja o que fez, estúpido! – gritou um dos vampiros experientes, completamente horrorizado diante de tamanha selvageria – Ela está em agonia!
- Oh, meu Deus, o que foi que eu fiz???
- Acalmem-se, ela logo estará morta – explicou o segundo vampiro muito sabido, demonstrando toda a sua frieza.
- Ela não pode morrer, não era essa a minha intenção! – disse o novato, consumido pelo arrependimento – Oh, meu Deus, façam alguma coisa, depressa!
A garota, banhada pelo próprio sangue que esguichava da mortal ferida, estremecia em uma convulsão.
- Tenho uma ideia! – exclamou o autor de tal ignomínia – Vamos transformá-la em uma de nós!
Os três, então, revezaram-se durante a vampirização da moribunda.
- Pronto, está feito.
- E o que faremos agora?
- Ora essa, vamos ensiná-la a se alimentar.
Os vampiros experientes, ao ouvir as palavras sugestivas do aprendiz, entreolharam-se. Antes do nascer do sol, tanto o aprendiz quanto a vampira recém-criada, haviam sido destruídos.