O beco

Li a notícia em voz alta o suficientemente alta para que ela pudesse ouvir...

Não estava com paciência para joguinhos hoje, no entanto...

- Leste essa noticia? – perguntei a ela, aproximando-me cada vez mais.

Ela abanou a cabeça negativamente, tomada pelo medo. Tentava soltar os pulsos a todo custo... Mesmo que isso acontecesse não iria a ajudar... Antes mesmo que ela pensasse em fugir eu já a teria apanhado novamente.

Sorri e joguei o jornal para uma pilha de lixo que havia ali... O local era perfeito.

Um beco escuro, aonde era depositado o lixo de todo o comércio que havia ali perto. Somente uma vela acesa em uma janela ali por perto iluminava parcialmente seu rosto claro e bem desenhado... Agora tomado pelo medo.

Eu não precisaria me preocupar de levar o corpo para outro lugar... Mais uma prostituta encontrada morta na cidade...

Essa não teve a sorte das outras, vai morrer em meio a todo esse lixo, nesse ambiente fétido como era descrito em todas as reportagens referentes às minhas vítimas.

“ Mais uma morta em um lugar sujo e escuro”

Como eles dizem isso sem saber? Nenhuma delas morreu assim, todas tiveram a noite mais farta de suas vidas em um quarto luxuoso... Depois de alimentá-las, via-me no direito de alimentar-me... Simples a reciprocidade do meu ato...

Claro que eu não deixava os corpos nesses quartos...

Mas essa... Essa menina, tão bonita não iria ter a mesma sorte. Já que sou conhecido por matar em lugares assim, as meninas iriam começar a morrer como dito nos jornais...

Olhei-a e me ajoelhei a sua frente, passando a mão em suas pernas claras e olhando-a nos olhos... Seus olhos transmitiam todo o pavor refletido em suas mãos trêmulas. Sua boca que a pouco estava rosada, agora estava pálida... Nem mesmo um som saía dela... O pavor bloqueou sua garganta. Talvez se ela tivesse lido aquele jornal não estivesse ali hoje.

Não queria esperar mais, abaixei a alça do seu vestido, deixando seu seio esquerdo à mostra... Encostei minha cabeça lá, ouvindo seu coração que estava completamente acelerado.

Ela tentou gritar nessa hora, mas tapei-lhe a boca rapidamente , olhando-a com os olhos semicerrados. Voltei minha boca ao seu seio, ignorando completamente seus grunhidos de pavor.

Minhas presas ficaram a mostra, e lhe mordi, tomando todo aquele precioso líquido doce e suave, como era o rosto dela... Deliciei-me com seu néctar vermelho e quando me saciei, deixei-a ali, praticamente morta... Em questão de minutos ela seria mais um corpo jogado nessas ruas, cujo o último fio de vitalidade jazia em minha boca.

Saí daquele beco um pouco distraído e do nada bati com uma moça que vinha.

- Ai! – ela exclamou docemente segurando o braço que havia batido em mim... Provavelmente estava deslocado, tamanha a força que nos encontramos. Aproximei-me dela, talvez pudesse ajudar, mas ela logo se afastou. – Estás bêbado ou o que idiota?! Vê se limpa a boca depois de beber!

E lá se foi a doçura dela, juntamente com seu lindo corpo moreno que andava no ritmo de uma musica melodiosa. Reparei que minha boca ainda se encontrava suja...

Não podia deixá-la continuar. Ela poderia deduzir muita coisa quando encontrassem aquele corpo de onde eu havia saído.

Pus-me a segui-la, e depois que a vi entrar em uma casa, tive de recuar... Reparei na claridade que estava tomando a rua... Faltava pouco tempo para o sol nascer

Isabella Cunha
Enviado por Isabella Cunha em 24/02/2011
Código do texto: T2811530
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2011. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.