DIÁRIO DA MORTE
Com um abraço
Arrebatou a alma desolada do corpo
Fazendo com que ela em êxtase
Continuasse em frente ao seu usado invólucro
Viu o seu “salvador” e não teve medo
Viu o seu salvador e estava se sentindo leve
A morte ainda estendia a mão para a jovem
Sabia que ela não fugiria do seu destino
Mas a alma estava solta, e por isso ela estendia a mão na intenção de segurá-la
A menina olhou mais uma vez para seu corpo desfalecido
Deitado na cama com lençóis tintos de sangue
O seu sangue
Tentou olhar os próprios olhos que não haviam se fechado
Mas não conseguiu
Analisou, então, o rosto tão jovem e bonito
As lagrimas em sua face deixavam a pele úmida e brilhante
Correu os olhos pela cena
E encontrou os pulsos abertos, escuros com profundas feridas
A mão fechada em punho também continha sangue
Ela segurava fortemente a navalha que usara para se ferir mortalmente
Viu tudo num milésimo de segundo
Já não precisava sentir mais nada
Estava livre
E finalmente alguma coisa a esperava
A morte a esperava de frente
Sorrindo suavemente para a jovem falecida
A garota sorriu de volta
E, receosa, porém satisfeita, segurou na mão fria da morte
Ela a guiaria ao seu destino tão esperado...