Lila (1)
LILA
A ansiedade se fazia presente em seus traços de menina
Ansiava por mais um dia de rotinas quebradas por sua impetuosa
impulsividade.
Era um dia como todos os outros, um dia característico de verão. Chovia
naquela tarde como em todas as outras tardes, Lila estava só em seus
pensamentos fantasiosos, vivia como que em um conto de fadas, fantasiava
a sua própria sorte... como uma droga, assim era para ela
A ilusão...
Imaginava-se em um mundo próprio colorido, em que ela regia a todas as coisas. Sua personagem inteirava-se aos demais.
Pensava Lila:
Será a morte o início de uma nova vida? Será a morte para mim o real
sentido da existência em meu mundo imaginário perfeito? Sou meu próprio repúdio nesse mundo hostil dito real, quero a ficção, minha anestesia … minha arte.. minha vida.
Lila preferia a noite, caminhar pelas ruas obscuras da cidade
aguçava seu senso criativo, era só por opção e nem percebia a
solidão que muitos enxergavam nela.
Lila...
Lila menina...
Menina...
Acorda.... acorda...
O que!? Quem é você ?! O que quer de mim ?
Lila... Lila...
Abra os olhos querida, olhe a sua volta inspire-se na vida, nem tudo é fantasia Lila... Lila... inspire-se na vida...
Vida? Que vida?! A morte só se for... ninguém vive nesse mundo, as pessoas vegetam...
Lila... Lila... não seja egoísta, desperte a você e aos outros... ohhh Lila... cuidado com a escuridão... cuidado Lila.
Lila despertou de seu sonho. Como dormiu? Como desfaleceu tão
repentinamente assim?
Encontrava-se confusa... sonho... sonho... parecia tão real, quem falava, quem era o dono daquela voz que com tão poucas palavras despertou em seu interior uma grande inquietação?
Era uma tarde como todas as outras, Lila encontrava-se ansiosa pela quebra de sua rotina, mas ainda estava na rotina, trabalhava no comércio local, e entre um atendimento e outro digitava seu mundo ficcional, não entendera como naquele momento pudera apagar seus sentidos assim.
Sobre Lila:
Linda morena, olhos grandes de um avermelhado castanho distinto e pessoal. Lila possuia um corpo escultural, dotada de curvas e protuberâncias milimetricamente proporcionais. Volumosos cabelos ruivos encaracolados, seu porte era longelíneo, dedos compridos e magros.
Lembrava uma deusa, os homens a desejavam, mas Lila nunca os percebia. Embora tivesse uma personalidade definida, o que a consumia era seu mau humor, sua seriedade em tudo. Lila levava a vida a sério demais e participar de seu mundinho era tarefa quase impossível, nem mesmo seus projenitores o conseguiram.
Definitivamente não possuia apego material, buscava uma vida de sentidos, mas sempre acabava em seu mundo fantástico
de fantasias.
Lila querida... sempre forte... sempre menina destemida Lila. O mundo a
sua volta era gracioso, pena Lila não notar a graciosidade de sua
graciosa vida.
- Houve um tempo em que as pessoas eram como um espelho umas das outras, sendo assim sempre se enxergavam e sabiam de sua importância na existência e os “problemas” eram facilmente identificados e resolvidos. Com o tempo o ser humano foi perdendo a capacidade de escutar-se, foi falando cada vez menos de si e se apegando cada vez mais aos bens materiais tornando-se fútil, vazio e perdido em suas decisões.
- Olhe para mim! Enxergue-se! Que eu seja espelho para você, enxergue-se, veja quem você é... identifique os problemas e limine-os.
Lila! Lila! O que houve?!
Oi !? Estou tonta, o que aconteceu?
Você desmaiou Lila...
Ai meu Deus, não sei o que está acontecendo comigo... ando tão confusa, tenho tido uns sonhos estranhos, isso nunca me aconteceu antes. Ai...
Lila acho melhor você ir pra casa hoje, descansa... dorme e então amanhã, se você estiver bem será uma honra tê-la de volta, se não... eu não posso permitir que uma funcionária doente trabalhe, posso até ser processado por isso, então - se não estiver bem; procure um médico. Se cuida.
Ta seu Elias, desculp...
Não, sem desculpas, apenas se cuide e melhore, você é importante para nós. Desde que goze de perfeita saúde.
Lila acatou a sugestão de seu gerente e foi para casa, Lila nem percebeu, mas sua rotina começava a mudar... logo ela tomaria ciência disso.