A Droga - miniconto

Sou um dependente químico. Descobri isso há pouco tempo. Todos me diziam para não experimentar, pois não tinha volta, infelizmente eu não quis acreditar, tive de experiênciar. As sensações que ela me proporcionou foram ínfimas e breves. Primeiro a euforia, logo a sensação de bem estar, depois estava a implorar por mais. Por conta dela, passei noites em claro, caminhei por horas sem destino, perdi minha família, enlouqueci.

Travei combates intensos com os meus demônios internos. Entreguei-me as minhas neuroses. Quanto mais eu a queria, mais ela me possuía, tentei resistir, o que fora inútil, pois ela era irresistivelmente encantadora. Nos períodos de abstinências, meu corpo estremecia, pedindo por mais, sempre mais, pois nunca era obstante.

Cheguei ao fundo do poço. Depois de cinco anos de dependência continua, percebi que não vivia mais. Havia me tornado um zumbi do meu próprio vicio. Completamente perdido, esqueci quem eu era assumindo uma personalidade que não era minha. Hoje faço parte de uma organização especializada em pessoas como eu.

Sabe qual é a minha droga mortal? O amor.

Taiane Gonçalves Dias
Enviado por Taiane Gonçalves Dias em 27/10/2010
Reeditado em 23/06/2011
Código do texto: T2582028
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