Frutos do meu Deleite

A vida havia acabado ali... Tudo se apagara quando os lábios dele saíram dos meus, encontrando meu colo, drenando toda minha vitalidade.

A escuridão tomou meus olhos, as cores da minha alma haviam se apagado... Eu já não tinha esperança de acordar... Tudo que eu queria era que aquela dor acabasse... Que meu coração enfim parasse de bater... E ele parou... Não foi para minha morte... Mas sim para uma nova vida, ou o que isso for...

Uma vida com um coração morto... Uma mulher... Um ser que não tem sangue, mas mata por ele...

Se eu sinto raiva de quem me transformou nisso? Não, não sinto... Seria se importar demais com quem não se importou comigo ... Ele trocou minha vida por um copo do único néctar que lhe satisfaz... Um pouco do que o mantém...

Hoje, vivo do que me matou... Na minha estrada, vários corpos, frutos do meu deleite. Experiências da carne, experiências da vida – a minha vida - ,experiências de um amor não encontrado...

Um coração que sangra sem bater... Que aproveita sem abrasar.

Que não mais vai ter o prazer de sentir qualquer coisa... Um abraço é apenas um abraço, um beijo apenas um gesto... Uma frase apenas um conjunto de palavras...

Um coração que ama matar... No entanto, nunca mais vai saber o que realmente é o amor.

Isabella Cunha
Enviado por Isabella Cunha em 18/09/2010
Código do texto: T2504814
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