Vampiro

Sob forma de névoa atravesso o bosque em direção a entrada do castelo.

Cervos, aranhas, serpentes, lobos, corujas e outras bestas noturnas podem sentir minha presença e com reverência me observam passar .

Ainda intangível, atravesso as grades imponentes da construção com facilidade, sem deixar um único sinal de que por ali passei.

A coluna de fumaça branca para a qual me converto sobe em espiral até o aposento desejado, contrastando com as pedras escurecidas da edificação, uma cena digna dos maiores e mais finos palcos já existentes ou não, porém sem nenhum observador.

Ao chegar onde desejo vou me solidificando lentamente numa forma negra e sombria.

Ao meu comando o ferrolho destrava por dentro e a janela se escancara para mim. Flutuo para dentro do quarto.

Assim que meus pés tocam o chão, sou um jovem de pele pálida, cabelos pretos e compridos. Visto uma capa preta de fundo vermelho que cobre todo meu corpo.

Deitada em sua cama de lençóis de seda brancos e macios, Amanda desperta. Sabia que eu viria pois a meses venho lhe anunciando minha chegada através de sonhos e presságios.

Sua família achava que ela estava adoecendo, mas era o amor, a paixão que a corroía de dentro para fora.

Dezessete anos, uma beleza virginal, dezenas de pretendentes arranjados por sua nobre família (bastando apenas que ela dissesse com qual queria se casar) e ela escolhe, sem nada dizer a ninguém, um que não estava na lista: o Demônio. Eu.

Faço com que todo pano que a cobre deslize por seu corpo para fora da cama. Ela estremece.

Veste uma camisola branca toda rendada. Está linda.

Eu caminho lentamente em sua direção sem que nossos olhares se percam. O dela é verde como uma esmeralda, o meu negro e avermelhando como uma brasa do inferno.

Ela se ajoelha no centro da grande cama de madeira. Eu faço o mesmo.

Não dizemos uma palavra. Nosso primeiro beijo faz com que eu me sinta vivo novamente, como não me sentia por dezenas de anos.

É com facilidade que nos desvencilhamos de nossas vestes. Nua, ela se joga para trás, de pernas abertas. A visão de seu sexo ainda imaculado, coberto por uma não vasta pelagem macia faz eu ter que me controlar para não machucá-la mais do que o mínimo necessário.

Ela me segura com força pelos cabelos e me puxa contra seu ventre. Eu a sugo por vários minutos. Ela geme, puxa meus cabelos, unha o colchão. Minha língua é hábil e rápida, não demora muito para que ela se exploda em gozo.

Meus poderes garantem um sono profundo aos demais moradores do castelo, não preciso me preocupar com eles.

Lentamente eu começo a beijar sua barriga, seus pequenos e rosados seios, seu pescoço... Ao chegar na boca a penetro gentil e vagarosamente para que ambos possamos aproveitar ao máximo esse momento único.

O cheiro de sangue faz com que o monstro dentro de mim fique agitado e se debata querendo sair da jaula, que tornei segura ao longo dos anos. Meu membro está tingido de vermelho e ela arranha profundamente minhas costas. Os ferimentos se fecham quase que instantaneamente. Os olhos de Amanda se reviram dentro das órbitas, dor e prazer mesclados.

Ofegante, ela arca suas costas e fica apoiada pela nuca enquanto a defloro.

Seu pescoço cheio de veias pulsantes fica exposto para mim. Por um piscar de olhos, antes de ali cravar minhas presas, eu revelo minha verdadeira forma.

Instantes depois estou de volta a janela por onde entrei, totalmente nú e completamente saciado. Eu a observo morta enquanto me transmuto em uma pequena criatura alada. É assim que ela será encontrada pela manhã por sua família, que a enterrará na cripta da família, onde no terceiro dia estarei aguardando seu despertar para passar ao meu lado toda a eternidade.

FIM

Betaldi
Enviado por Betaldi em 28/08/2010
Reeditado em 16/02/2020
Código do texto: T2465254
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