A árvore ferida
Eu vi uma árvore seca, de folhas cinza como a alma de tantos, ela tinha casca morta como estive-se cansada de lutar contra o tempo já não dava mais frutos e o solo que a cercava era tão negro como muitas vezes me sinto e ela clamava por água como muitas vezes eu clamava por algo só que ela pelo menos sabia o que queria já eu não ela precisava só de chuva eu também mais de que tipo de chuva eu me perguntava e nós dois morríamos juntos e chorávamos em silencio clamando por algo, mas ninguém nós ouve.
Porque ouviria, pra que se importa, pois essa não e a única árvore seca no mundo a muitas vagando num solo de cimento, atrás de uma chuva que não chega, de dar um fruto algo que diga valer apena, mas, sabe que nunca Dara nada, sempre será aquela planta de folhas secas e galhos negros, de casca dura e áspera, que mudou tanto sua forma se transformou de uma maneira irremediável e nunca vai conseguir florescer novamente ela deixou suas raízes crescerem num solo envenenando, ela deixou que pragas a devorasse, que jogassem pedras em sua folhagem, que gafanhotos, de ignorância e ganância a destruíssem que parasitas de medo e raiva entrassem em suas raízes que uma chuva de pesticidas de luxuria a contaminasse.
E agora só falta derruba La ela já não pode mais fazer muita coisas já que roubaram sua vida já que mataram sua essência, ela e só mais uma planta derrubada uma árvore arrancada, no meio de tantas que já caíram e irão cair, perante um machado negro feito de intolerância e fúria, hipocrisia, como essa arvore velha cansada pode vencer algo assim, como vencer esse machado impiedoso, essa raiva inescrupulosa como ter esperança que um dia vira uma chuva redentora.