Asynchrony III
Capitulo III
Willian observou o edifício uma vez mais antes de tomar coragem de entrar. Não estava completamente certo de que deveria ir ve-lo. Nada garantia que ele não fosse matá-lo afinal ele era só um novato e aquele vampiro parecia ser fortíssimo. Quando sentira sua presença ele se arrepiara. Em principio pensara que era Chris. Mas sentiu que não era ele. E então ele começou a ter aquela ideia louca. Deveria ser ele. Aquele que seu criador disse que o perseguia.
Tinha certeza que o outro sabia que ele viria. Deixara uma carta na recepção no dia anterior. Mas claro que ele já sabia de sua presença antes de sua carta. Um ser tão poderoso como aquele devia ter sentido desde que pisara na cidade. Mas isso não o impediu de seguir. Sentia sua presença em algum lugar. Ele estava em seu quarto. Seguiu até a recepção e ficou imaginando que desculpa inventaria para subir até o andar em que ele estava hospedado. Sorriu para a jovem atendente. Era Victória, a jovem irmã de Nicolas. Ela e ele foram namorados por um tempo mas depois haviam percebido que seu relacionamento havia ficado mais para amor de irmãos que outra coisa.
- Vick!
- Ah... oi Willian. -ela parecia incomodada e olhava a toda hora para o elevador, logo atrás dele. - Estou trabalhando até tarde hoje. Veio com Nicolas?
- É... complicado Vick. -ele surpreendeu ao ver o rosto do vampiro na mente dela. Ela o conhecia. Seu nome era Arthur, mas ela não sabia seu sobrenome. Ah! Quarto 422- Na verdade eu vim para ver um hospede.
- Ver um hospede? -ela sorriu ao lembrar se que era a recepcionista e estava trabalhando. - Em qual quarto, por favor?
- 422, se não me engano.
Ela olhou-o por um momento a mais e pegou o telefone, conferindo com o hospede se ele era esperado. Para sua completa surpresa ele mandou-o subir sem nem ao menos perguntar a ela seu nome. Estava lhe esperando. Isso ainda o surpreendia. Era no vigésimo andar. Deslizou de encontro ao quarto 422. Se seu coração ainda batesse sem duvida estaria acelerado. Estava aquecido após a caçada e esperava não parecer tão nervoso quanto realmente estava. Ora, quem ligava, ele iria ler sua mente mesmo.
Antes que ele tocasse a campainha o vampiro surgiu. Parecia sem duvida mais deslumbrante que Chris. O rosto era risonho, não o riso medonho de Chris, mas um riso que quase o desarmava. Seus olhos, verdes, demonstravam sua saciedade. Willian sentiu um baque ao não conseguir ouvir nada do que ele pensava.
- Ah Willian, entre. -ele agia como se o conhece a séculos. Seus movimentos eram tão sutis que perto dele Will se sentia como um elefante dançando balé.
Era um lindo quarto. Sem duvida muito escuro para um humano mas um lindo quarto. Havia uma cama daquelas gigantes que Willian sempre apreciara e uma grande TV em frente a ela.
- Fiquei surpreso com a sua carta. -O moreno aproximou-se fitando e depois afastando-se de novo. - Geralmente os vampiros jovens evitam minha companhia, sabe? Um erro sem dúvida. Eu não sou um monstro afinal. E você, exatamente porque veio me procurar?
- Só... pensei que pudesse ser uma pessoa. Meu criador me disse que estava fugindo de um vampiro. Alguém tão antigo e sem duvida mais poderoso que ele. Eu só... pensei que fosse você.
- E como seu criador se chamava?
- Chris.
- Oh, ele. O velho e pervertido Chris. Claro que ele não deixaria um garoto como você escapar. - Sentou-se e fez sinal para Will se sentar na elegante poltrona a sua frente. - Não sou eu, não se preocupe. Mas de fato, pensei que ele jamais criaria outro vampiro. Mas não o culpo. Se fosse eu, também não resistiria. Oras, não fique envergonhado. Não é exatamente um crime ser bonito, sabia? Nem é crime admitir.
- Você é bonito. - Willian disse. Claro, sua boca enorme se revelando novamente. Mas oras, ele já sabia que ele achava isso mesmo. Lia sua mente.
- Obrigado. Viu, não dói dizer a outra pessoa sua opinião. Se eu lhe disesse que fiquei com vontade de morde-lo desde que entrou aqui você ficaria chateado?
- Não...quer dizer....
- Hey, não disse que vou fazer isso, só que fiquei tentado a fazer. Você não ficou?
- O que?
- Tentado a me morder oras. Ficarei desapontado se disser não.
Willian corou novamente. Ele era tão diferente de Chris. A risada sincera e o jogo sensual. Não gostava de seu jogo de palavras. O deixava envergonhado e sedento. Ele estava o distraindo era óbvio, não queria perguntas, mas também não iria matá-lo. Devia ter achado extremamente divertido o seu surgimento. Um vampiro recém nascido, morrendo de medo. Mas não iria dizer que estava incomodado. Ele era envolvente e fazia perguntas sobre sua vida que ele simplesmente não conseguia não responder. Não deveria ter achado que conseguiria alguma resposta dele. Era poderoso demais para ele. Tinha que ir embora antes que fizesse um besteira e se rendesse a vontade de beber seu sangue. Nem notava as palavras que saiam de sua boca, as perguntas que ele lhe fazia, só o pescoço dele, aquecido pelo sangue que deveria ter bebido aquela noite. Ao alcance de suas mãos. Ali. Mas era loucura, se lembrava, estava saciado, havia se fartado antes de vir vê-lo. Mas sua garganta não se lembrava, seus braços não se lembravam e antes que pudesse se controlar agarrou-o pelos ombros e foi de encontro a aquele pescoço.
Não ofereceu resistência nenhuma. Só deixou-o sugar por uns minutos e empurrou-o delicadamente divertido. - Vou cobrar, hein? - dissera antes de morder seu pulso e tomar o que devia ser o dobro do que ele havia tomado. Ele estava completamente envergonhado. Era óbvio que não era exatamente um hábito entre os vampiros ficar se mordendo a toda hora. Ele provara para Arthur que era exatamente o que ele esperava. Um vampiro jovem e sem domínio próprio,
- Tem que aprender a se controlar amigo. -ele estava avermelhado pelo sangue que havia tomado e se levantava, mas deixando claro que ele deveria ficar sentado - Se eu não tivesse gostado de você teria arrancado sua cabeça.