ASSIM FOI O MELHOR NATAL DE MINHA VIDA
Com a ajuda do Amigão, este pode ser considerado o melhor Natal de minha vida, e parecia que seria o mais triste...
Tudo uma questão de saber se apoiar no amor e na Fé.
Ósculos e amplexos,
Marcial
ASSIM FOI O MELHOR NATAL DE MINHA VIDA
Marcial Salaverry
Para falar sobre qual foi o melhor Natal de minha vida, tenho que voltar no tempo, para afirmar que com certeza, foi o Natal de 1969. Foi o primeiro Natal de nossa pequena família, minha esposa, meus dois filhos (Iara com 8 anos, e Alexandre com 6 anos) e eu, no longínquo Congo, numa casa em Kinshasa, capital congolesa.
Por causa de problemas que estavam acontecendo naquele País naquela época, não se podia sair a noite, ficando então cada família em sua casa...
Nossa árvore de Natal era um galho de uma árvore que tínhamos no quintal, enfeitada com bolinhas de papel colorido, e alguns bombons que tínhamos em casa. Estávamos apenas os quatro, com muita saudade da família, quase chorando de tristeza, pensando em como estávamos sós, e lembrando a alegria das reuniões que sempre fazíamos nessa época, juntamente com nossos familiares, quando, de repente, como que uma forte onda de amor nos uniu, e, como que levados por uma voz de cima, demo-nos as mãos, nos concentramos em um pensamento de muita paz e amor. A tristeza de repente sumiu, e posso dizer que até mesmo as crianças sorriram... Entendemos que foi nossa opção estarmos naquela terra distante, e que nossa união seria nossa força para podermos superar tudo, e que tínhamos Alguém que olhava por nós, e nos daria força para tudo superar.
Aquele Natal foi um marco para nós. Como que um símbolo do que a fé e o amor podem conseguir. Depois que todos foram dormir, peguei o cassete, e gravei uma mensagem para minha família, transmitindo para minha esposa e filhos, todo o Espírito de Natal. No dia seguinte, no almoço, mais uma vez, demo-nos as mãos, enquanto a fita cassete girava, elevamos nosso pensamento para o Aniversariante, e tivemos um dia de muita Paz e Amor, e assim, o que poderia ter sido um triste Natal, foi um dos mais significativos de nossa vida. Apenas nós quatro, recém chegados ao Congo, e na época não havia os meios de comunicação de hoje. Nem telefonemas, nem nada que nos permitisse sentir o aconchego familiar. Mas o dedo do Aniversariante tocou nossas cabeças e nos permitiu aquele momento mágico, que até hoje está gravado em nossa memória, mais de 50 anos depois.
E foi assim que tivemos UM LINDO DIA, com muitos ósculos e amplexos premonitorios de dias que estavam por vir, em nosso porvir...