josé e a maleta de papelão

a história que eu vou contar agora fala de um sonho que se realizou.

mas nem só de finais felizes se vive uma história.

você tem um sonho?

você acredita que um dia o seu sonho irá se realizar?

aos 15 anos José teve um sonho, ele colocou em seu coração o desejo de ter um Porto seguro, um cantinho para chamar de seu, onde ele criaria seus filhos e viveria com sua esposa pelos anos a fora quando a maioridade chegasse. queria que todos que fizessem parte de sua vida também encontrassem ali um abrigo seguro para retornarem.

"as portas estarão sempre abertas para os meus" pensava ele.

com uma esperança insana, fé em Deus enorme e sorriso no rosto sempre, lá se foi José, desbravar o mundo com seu sonho dentro de uma maleta de papelão.

trabalhou dias e noites inteiras.

casou com a mais bela moça da igreja, teve filhos saudáveis e pelo menos angu com farinha nunca lhes faltou a mesa.

após tanta luta nasceu um barraquinho de madeira de um cômodo, com algumas poucas madeiras que formavam o teto. tinha enormes frestas. quando chovia, colocavam bacias para encher e a água da chuva era usada para lavar suas roupas.

agradecia a Deus por estar realizando seu sonho, sorria deitado no travesseiro antes de dormir.

mas algo terrível estava por vir.

era noite de natal, José e a família estavam celebrando o novo lar, quando sua casa foi cruelmente demolida. as leis daquela época não tinham dó.

a maleta de papelão foi de novo viajar.

dessa vez José não estava sozinho.

tinha consigo uma família, tinha na maleta um sonho.

anos depois muitas lutas, a vitória veio.

José construiu uma casa enorme, a mais linda do lugar, onde viveu até seus filhos crescerem, se formarem e casarem. viu os filhos de seus filhos casarem e se formarem, Deus os abençoou e viu seus bisnetos correndo pelo quintal do velho casarão nos almoços de natal em família...

revirando as coisas na sala de baixo da casa de vovó, achei uma antiga mala de papel. sempre curiosa com as antiguidades que existiam ali, adorava se aventurar mexendo em tudo como se fosse uma detetive decifrando o passado, coisas da época que eles eram jovens, livros, notas de dinheiro dos anos 60, artefatos, fotos, ferramentas antigas, brinquedos que vovô construira quando seus filhos eram pequenos... cada carta, objeto ou foto que encontrava ali era um mergulho na história deles, tinha amor, humildade, esperança, perseverança, fé em Deus, alegria, união e cumplicidade.

na casa de José se aprende a plantar e colher, a semear um sonho, sem nunca desistir de seus frutos.

a maleta de papelão dentro de um sonho.

um sonho numa maleta de papelão.

doida para saber o que tinha ali dentro.

enfim a abri.

emillybuscaroli :)

emillybuscaroli
Enviado por emillybuscaroli em 14/12/2022
Reeditado em 14/12/2022
Código do texto: T7672042
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