Pós-Natal de Merda
Dentre os 365 dias do ano, 25 de Dezembro é talvez o dia em que as pessoas comem mais, e para comemorar o aguardado e consumista Natal, familiares se reúnem e passam a desfrutar sem dó do churrasco que o pai toma conta só pra pegar o melhor pedaço de carne, do arroz que a típica tia "Como vai os estudos? E cadê as namoradinhas?" temperou, da maionese que a mãe faz enquanto fala para os parentes coisas suas das quais você agradeceria se ela fechasse a matraca, do tradicional pavê que a vovó faz e o tio chato já vem com aquela piadinha infame, sem graça e cliché "é pavê ou pacumê?", do clássico panetone que os primos frescos não comem por ter frutas cristalizadas mas se deixar o vovô detona sozinho, entre outras gostosuras natalinas. Mas, uma vez que no Natal as pessoas comem mais, naturalmente no dia seguinte é também quando a maioria utilizam mais o banheiro, certo? O pós-Natal do ultimo ano as coisas fugiram do controle quando um desagradável incidente ocorreu. Nem um estômago que se prese humano suportaria toda aquela comilança natalina onde o aparelho digestivo eis de trabalhar como nunca dentro de nós, fazendo os banheiros se tornarem a grande sensação das casas levando todos a querer utilizar o trono e cagar. Numa dessas descarregadas generalizadas que acabou dando bosta quando um entupimento fez a rede de esgoto da cidade sobrecarregar, e não resistindo tamanha quantidade de dejetos humanos começou a transbordar e invadir as superfícies das casas e ruas por meio de vasos sanitários, pias, ralos e bueiros. Foi horrível, nojento e fedido assim o dia seguinte ao Natal daquele ano. Um dia de merda!