Um conto natalino
Era um período diferente, o colorido tomava conta das casas... Era tudo tão lindo...as luzes atraiam meu olhar infantil; ora azuis, ora vermelhas...
Piscavam velozmente na proporção dos meus devaneios...
Uma melodia suave ressoava em quase todas as casas e um cheirinho de coisas gostosas, invadia o ar...
As pessoas andavam apressadas, carregadas de pacotes e mais tarde se vestiam em suas melhores roupas, abraçavam e sorriam muito...
Disseram-me que era natal; quis saber um pouco mais e ouvi falar que era o nascimento de Jesus; então era um aniversário!
Aniversário comemorado em todas as casas...
Festa em todas as casas...guloseimas e alegrias, todos aplaudiriam um aniversariante...
Sabia como proceder...estava perita em ser penetra de festa e não iria perder essa...
Fui em uma ...outra...espiei...espiei mais um pouco...
O colorido me fascinava, a comida então...
Em nenhuma das casas porém ví o aniversariante...
Ninguém falava dele
Mencionavam feliz natal! Mas não mencionavam o aniversariante...
Quis conhecê-lo. Atrevi a aparecer... Sai do meu esconderijo e fui perguntar a uma pessoa grande: cadê Jesus? O quê ? indagou a pessoa com olhos enormes, vai embora, penetrinha e aproveite que não chamei o dono da casa...
Pensei ter cometido algum delito com a minha curiosidade, mas precisava conhecer quem era esse digno de uma festa em tal proporção e que cometia a ingratidão ao se esconder...Quem, como homenageado não se faz presente no momento que será honrado?
Perambulei por vários lugares de celebração, perguntando: É natal, onde está Jesus? As respostas foram as mais variadas, olhares assustados, risos, zombarias.
Na minha lógica infantil, eu não compreendia... Não era um aniversário? Onde estaria esse aniversariante?
O tempo passou, o natal acabou e as pessoas continuaram o seu rumo... não havia mais a coisa mágica no ar, a alegria havia passado como passou o dia do natal...
Também voltei a minha vidinha normal... Caminhar... Caminhar e esperar um estender de mão...
Então, eu a encontrei; tão idosa, carregando uma sacola pesada... Ela sorriu quando eu me prontifiquei a ajudá-la. Dirigiu um olhar terno, nunca visto e transmitiu amor. Segurei a sacola e percebi que estava sortida de guloseimas; coisas gostosas de padaria, então eu disse: Parece o natal! É natal? Ela me abraçou respondendo: sim, é natal! Todo dia pra mim é natal! Pulei! Que mágico! Ela sabia fazer natal todo dia!
Diante da minha empolgação ouvi a maior lição da história: Sim, é natal! Jesus nasceu! Nasceu no meu coração e nele faz morada!
Ela conhecia o aniversariante do natal! Ele morava nela e essa era a razão de tanta doçura, de tanto amor
Natal de verdade, é uma alegria contagiante, amor todo dia...é um estado de espirito agradecido constante, porque quando Jesus nasce em um coração, essa vida jamais será a mesma.
Hei, é natal; onde está Jesus pra ser homenageado; alguém pode vê-lo através de você?