CONTO DE NATAL

CONTO DE NATAL

Eles estavam ali olhando, à sua frente, aqueles brinquedos maravilhosos, sonhos de qualquer criança, mas para eles era impossível de realizar.

- Vamos embora, minha irmã. – disse o irmão.

- Mas eu queria tanto... - retrucou a irmã.

Fábio sabia que era impossível para eles ganharem um daqueles brinquedos. O pai estava desempregado e passar o Natal assim era triste.

Alfredo chegou para o seu funcionário e perguntou:

- Quem são aquelas crianças que toda noite estão em frente à vitrine, Paulo?

- Não as conheço, mas sei que moram na periferia da cidade, denominado Rincão Feliz.

- Eu sei onde é, mas de feliz não te m nada. Lá falta tudo.

Alfredo era um homem bem realizado. Tinha uma rede de lojas de brinquedos e de móveis, e gozava de boa estabilidade financeira, apesar dos problemas econômicos do país. Desde pequeno, aprendeu com o pai, a necessidade de se ter o pé no chão quando a coisa se tratasse de dinheiro.

O Natal se aproximava, e o movimento nas lojas era de razoável para bom. Não podia reclamar.

Nessa época costumava vestir-se de Papai Noel e distribuir presentes para os funcionários das lojas, fazendo uma grande festa de confraternização. Naquele dia, ao chegar ao estabelecimento, notou as duas crianças, novamente, frente à vitrine.

- Paulo, venha cá. Procure saber mais sobre aquelas crianças e depois me informe.

Aproximou-se dos dois irmãos e perguntou:

- Gostaram dos brinquedos?

Pegos de surpresa saíram em desabalada carreira não dando tempo de qualquer com versa.

- Infelizmente, seu Alfredo, não deu. Elas saíram correndo, muito assustadas.

Alfredo ficou desapontado. Queria saber quem eram elas, onde moravam e a situação da família.

O Natal se aproximava e nada daquelas crianças. Não podia fazer nada, pois não tinha nenhuma pista, e faltava uma semana para o Natal. Resolveu então abrir a caixa onde muitas crianças colocaram o que queriam ganhar de presente para o Papai Noel. E eram muitas. Ia ser difícil atender a todas, mas iria ver o que fazer.

Os pedidos eram de todos os tipos: desde uma bola de futebol até um celular de última geração, com acesso à internet e acesso a outros modismos.

Alfredo e outros funcionários iam separando os pedidos conforme achavam que seria útil para a criança. Mas um pedido chamou a atenção de um funcionário.

- Veja só isso daqui, seu Alfredo.

Uma cartinha mal escrita dava para ver que era de criança.

“O presente que nós queremos ganhar é um emprego para o nosso pai. Fábio e Ana.”

Isso deixou todos emocionados.

Mas como fazer para achá-los? Não tinham qualquer pista!

Na noite seguinte notaram que eles estavam outra vez olhando a vitrine. O empresário chamou Paulo e lhe disse:

- Você vai ficar de olhe, não se aproxime se não eles correm. Assim que você ver que eles estão indo embora, vai segui-los e ver onde eles moram. Só podem ser eles!

Logo Paulo percebeu que eles estavam indo embora e pôs-se a segui-los

Mas as crianças eram espertas e logo notaram que estavam seguindo-as e apertaram o passo, mas desta vez Paulo fingiu que tomava outra direção, e conseguiu enganá-las.

Enquanto isso, o carro da PM passava no local e desconfiaram das atitudes suspeitas de Paulo. Desceram do carro e foi interrogá-lo.

- Ponha a mão na cabeça e vire-se para eu revista-lo.

-Mas...

- Seus documentos.

-Estão aqui! Esqueci na loja! Deixa eu contar a história.

- Na delegacia você conta.

Transtornado, pois nunca tinha passado essa humilhação.

O delegado ao vê-lo, disse:

- Paulo, o que está havendo?

E Paulo contou toda a história. Os policiais ficaram desnorteados.

- Podem ir .É um velho conhecido.

Ligaram para a loja e explicaram a situação. Alfredo foi buscar o funcionário.

Assim que contou a história da cartinha, o delegado se emocionou.

- Pois é, queríamos encontrar essas crianças. – disse Alfredo.

- Vamos fazer o seguinte. Quando vocês virem elas novamente, me ligue que nós vamos descobrir onde elas moram.

Passavam-se os dias e o Natal se aproximando. Nada das crianças aparecerem.

Quando faltavam dois dias para o Natal, viram novamente as crianças. Alfredo ligou para o delegado rapidamente.

- Omar, elas estão aqui.

Saiu rapidamente com a viatura e foram até a loja. Assim que as crianças foram embora, começaram a segui-las, e desta vez não perceberam.

Onde elas moravam era um bairro simples e de pessoas trabalhadoras.

O empresário falou:

- Só queremos ver qual casaé, não pretendo ir lá agora. Vou fazer uma surpresa.

Véspera de Natal. Vestido de Papai Noel, Alfredo dirigiu-se ao carro e foi fazer o que mais queria: dar um Natal digno a alguém que nem conhecia, mas que estava precisando. Não podia ajudar a todos, mas faria muita diferença para essa família.

O bairro estava todo alvoroçado, pois Alfredo havia levado brinquedos para distribuir entre outras crianças.

Fábio e Ana olhavam, de longe, o que estava acontecendo. De repente notaram que o Papai Noel estava vindo em direção a eles. Correram para dentro da casa.

- É aqui que moram Fábio e Ana?

O pai, Francisco, surpreso respondeu;

-É aqui sim.

Alfredo notou que a casa era simples, mas ajeitadinha.

- Quero conversar com vocês.

Todos na sala se aproximaram. As crianças ainda assustadas não sabiam o que fazer.

- Eu recebi a sua cartinha, Fábio. E lhe dou meus parabéns pelo seu pedido.

A mãe e o pai, sem saber de nada, perguntaram:

- Que carta e esta meu filho? Pediu presentes? Eu não posso comprar, estou desempregado!

- Mas seu Francisco o presente que ele pediu não era para eles. Era para o senhor.

- Para mim? – exclamou surpreso.

- Sei que o senhor está desempregado já faz algum tempo. É verdade?

- Há seis meses.

- E o que o senhor fazia?

- Era empacotador em um supermercado.

- Então deve saber ler e escrever.

- Sei sim. Aprendi frequentado aulas aqui no bairro.

- Então, seu Francisco, amanhã vá até esta loja de brinquedos e procure o seu Alfredo, ele vai dar um emprego para o senhor.

Francisco não acreditava no que ouvia Desabou. Choro de felicidade.

- Não sei o que falar.

- Não fale nada. Você merece, graças a seus filhos que pediram um emprego para o senhor.

Abraçou os filhos e a mulher e agradeceu a Deus o que estava acontecendo.

Para as crianças disse:

- Vão também e lá escolham o brinquedo que mais gostaram.

Correram e abraçaram o Papai Noel que ficou muito emocionado. Despediu- se de todos e saiu para a noite serena e gostosa da noite que Jesus nasceria.

Uma estrela brilhou com mais intensidade no meio das imensidão do céu.

-

lmorete
Enviado por lmorete em 03/12/2015
Código do texto: T5468934
Classificação de conteúdo: seguro