UM SONHO DE NATAL.
Chagaspires
Naquela noite do dia 21 de dezembro, tinha ido me deitar para dormir as vinte e três horas e trinta minutos.
Como de costume fiz minhas orações a DEUS e logo em seguida me recostei no travesseiro.
Minha mulher iria ficar acordada por mais algum tempo enquanto colocava alguma coisa em ordem no apartamento.
Já estamos no final de dezembro e todo planeta já se prepara para o Natal.
As propagandas na TV, no rádio, na internet, e em toda mídia mundial, só se respira e comentam as festas de final de ano.
Para onde se vai; nas ruas, nos shoppings, nos mercados, em qualquer local, lá estão os símbolos natalinos.
Nessa altura dos acontecimentos até a minha sensibilidade já estava impregnada do espírito do natal.
Durante aqueles dias tinha me recordado de alguns entes queridos que já se foram, e outros Natais povoaram minha mente qual fantasmas que sempre me levavam ao passado.
Num enlevo profundo meu corpo se precipitou num torvelinho azulado e fui jogado por um túnel que não parecia ter mais fim.
Quando cheguei do outro lado para meu espanto, tinha voltado a ser criança outra vez, e me apercebi defronte da sala da minha antiga casa a rua Pierre Collier nº 445 em Camaragibe; minha terra Natal.
Minha avó Maria, mãe da minha mãe, estava, ocupada preparando os quitutes para serem degustados logo mais a noite na ceia de Natal.
Pude rever minha mãe Nina, meus irmãos Luiz e Carlos, e meu coração pulou de felicidades.
Percorri as ruas do Bairro da Fábrica e pude rever com alegria meu primo Bianor, minhas tias Neném e Celé, pude rever o meu tio Nezinho, minha tia Bibi, as primas Isla, Tetê , Cecinha, Lurdinha, meu pai e tantas outras pessoas da minha família, e amigos.
Pude rever a Fábrica de Tecidos que deu nome a vila.
Revi o pátio da festa, e com muitas saudades pude sentir o cheiro das flores do velho cajueiro.
Como se fosse um filme, fui recordando de outros natais e pude vislumbrar minha primeira esposa Ivone; meus filhos todos crianças, e pelas campinas da vida pude recordar muitos outros dias de Natal.
Porém algo me sacudiu e então despertei e pude verificar que tudo não passou de um sonho.
Era minha atual esposa Anália que tinha vindo dormir e precisou me acordar pois eu estava soluçando sem parar.
Foi ai que percebi que tudo não passou de um sonho.
Um lindo sonho bom de Natal.