O NATAL DE REBECA

Foi numa manhã de 25 de dezembro. Enquanto várias crianças brincavam com os presentes numa rua estreita de um bairro distante, num cantinho de uma casa, olhando pela vidraça da janela, uma menina só observava. Na casa dela não se comemorava o Natal. Porém, só agora, aos quatro anos, ela conseguia interagir com as escolhas da família e a sociedade. E dali, escondidinha, Rebeca curtia o momento, interagindo com alegria.

Até que, uma bola chutada por um das crianças espatifou a vidraça. Foi um susto geral. Os meninos trataram de correr com medo. A mãe de Rebeca, alertada com o barulho, surgiu na sala e ao ver a cena: Pedaços de vidro espalhados por todos os lados, pensou o pior e num tom de desespero gritou pela filha: “Rebeca!”. Alguns segundos de silencio até que, do cantinho surgiu o rostinho branco da menina. A mãe correu ao seu encontro e passou a examiná-la procurando algum ferimento. “Nada!” suspirou aliviada. Abraçou o corpinho frágil e ao beijá-la, notou um sorriso diferente em Rebeca. “O que foi?” perguntou a mãe; “Foi o Natal”; “O quê?”; “O Natal! Ele me protegeu dos pedaços de vidro”. Mamãe não entendeu, mas não procurou respostas. Simplesmente creu no relato.

A família nunca teve certeza sobre o que realmente aconteceu naquela manhã, mas desde então passou a comemorar a data e agradecer pelo que considerou um Milagre de Natal.